Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
26/01/2015 00h59
MILITÂNCIA ESPIRITUAL

            Hoje é dia de São Paulo de Tarso. Aquele que depois da experiência espiritual nos portões de Damasco, ficou cego, e só recuperou a vista por intervenção de quem Ele tanto perseguia. Passou a partir daí a fazer uma militância espiritual em nome do Cristo por vários lugares da Terra, a criar igrejas e disseminar a fé cristã.

            Imagino que a militância espiritual ainda se faz muito necessária na Terra, da mesma forma como aconteceu no passado, com as devidas tintas da atualidade. Mesmo porque, devido a essa militância do passado temos hoje uma sociedade muito mais avançada nos conhecimentos e práticas do bem. Além disso, muito há ainda a ser feito. A militância espiritual não pode deixar de existir. Os nossos corpos materiais têm que aprender a serem instrumentos de Deus.

            Eu me considero um militante espiritual, não do quilate de Paulo, ao qual o próprio Mestre fez sua convocação de forma direta. Mas eu também andava cego e também, por obra do Mestre Jesus, pelo Evangelho que Ele ensinou, eu passei a enxergar com mais clareza.

            Agora a minha militância é no sentido de aproveitar quantas pessoas já estão ensinadas no Evangelho e procurar fazer a aplicação prática desse conteúdo dentro da comunidade, na vida cotidiana de seus moradores. Fazer um trabalho com base no Amor Incondicional, sem esperar receber nada em troca do bem que puder proporcionar ao próximo, principalmente aqueles deserdados da sorte, os marginais, os viciados, as prostitutas, as crianças sem pais, sem lar, sem orientação.

            O Mestre Jesus já não se encontra fisicamente entre nós, mas como Ele prometeu, jamais nos deixou sozinhos. Onde quer que estejamos, dois ou três em Seu nome, Ele estará presente entre nós. Agora na forma de Espírito de Verdade, como os espíritos nos ensinam. A grande lição que Ele nos deixou, de que “A Verdade nos libertará” tem essa conotação. Os judeus esperavam que o Messias viesse na forma de um forte combatente para livrá-los do jugo romano, à força da espada e da lança, subjugando a todos num mar de sangue. Não reconheceram o doce Jesus como esse Messias que profetizava o Pai como o Amor, que usava a Verdade para reconhecimento do inimigo que mora dentro de nós nas mais diversas formas de egoísmo, que veio para livrar a humanidade do jugo do orgulho e da vaidade, à força do perdão e da tolerância.

            Este é o Mestre que aceito como governador do planeta, que dirige as forças do bem contra as forças do mal caracterizadas como ignorância. Sempre que uso a Verdade nos meus relacionamentos, eu sinto que falo pela boca do Mestre, que faço o que Ele ensina e o que Deus deseja.

            Vejo ao meu lado uma série ininterrupta de sofrimentos, de pessoas de pouca fé ou sem ela, que se digladiam com as dificuldades como se fosse uma declaração de morte e não de oportunidade de crescimento. Vejo também ao meu lado, a me afligir uma série de necessidades e de pressão, e que corrompem o meu potencial financeiro, daquilo que o Pai me proporcionou para a minha sobrevivência digna e de ajuda ao próximo. Mas isso não me leva ao desespero, pois sinto que tudo pertence ao Pai e que sou apenas um mero administrador dos recursos que Ele coloca ao meu alcance, geralmente pelo trabalho duro que tenho de realizar no dia a dia, sem direito a férias totais, completas, como vejo tantos ao meu redor gozarem, muitos deles com muito menos recursos materiais do que eu.

            Esta é a militância espiritual em que estou engajado. Sei do trabalho a ser realizado com o mínimo de descanso, que mesmo em recesso de algumas atividades eu possa ser convocado pelo Pai a qualquer instante e ir a qualquer lugar oferecer um serviço. Sei do trabalho que já iniciei, principalmente na Seara do Senhor estabelecida na Praia do Meio, onde os trabalhadores que Ele enviou para me auxiliar começam a se engajar cada vez mais nos serviços necessários e exige de mim que deixe a preguiça que ainda me atrapalha para evitar o joio tomar conta das tenras plantinhas que querem vicejar.  

            Devo organizar minha vida material para que não atrapalhe minha militância espiritual, mas sem jamais deixar que os valores do mundo corrompam meus compromissos com Deus. Por mais que eu seja enganado, iludido, traído ou prejudicado, não poderei deixar que as emoções negativas que surgem em função disso, ensombrear a qualidade do Amor que eu tenho para dar. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 26/01/2015 às 00h59