Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
02/02/2015 00h59
EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS

            Recebi a indicação de um colega para a leitura do livro “Escritos de Santo Inácio de Loyola – Exercícios Espirituais”. Não encontrei nas livrarias, mas fiz o pedido e o livro chegou no fim do mês passado. No começo da leitura vi que foi mais uma ação de Deus a favor de meu crescimento espiritual e da minha disposição de caminhar em Sua direção. O livro chega exatamente neste mês que pretendo fazer a quarentena espiritual a partir do dia 18, com um rigor maior do que fiz no ano anterior.

            Observei que o livro está disposto para ser usado em quatro semanas, com toda metodologia voltada para a educação do espírito em sintonia com o Criador. Sugere que a pessoa que vai ser instruída, tenha um preceptor para orientar os estudos práticos e teóricos. No meu caso, penso em evocar o meu Anjo da Guarda para me servir intuitivamente como preceptor, já que seria impraticável para eu ir à busca de um preceptor presencial. O texto não fala de “retiro”, mas tem essa conotação quando se entende a pessoa dentro dos Exercícios Espirituais. Fala “daquele que recebe os Exercícios” e “daquele que dá os exercícios”, implicando que existe uma relação aluno-professor. Por isso, vou iniciar os exercícios com a compreensão que estarei sempre intuído pelo meu Anjo da Guarda como “aquele que me dá os exercícios”, o meu preceptor.

                A expressão “Exercícios” quer referir-se a todos os elementos humanos que surgem na consciência do exercitante, para que aconteça a morte do eu egoísta e uma abertura total para Deus. Devo me deparar com as afeições desordenadas, as aspirações profundas, os instintos animais, que tendem a me distanciar de Deus.

            Buscar e encontrar a vontade divina é a finalidade última dos Exercícios Espirituais, mesmo que eu já possua certa clareza com relação a esta vontade para a minha vida.

            Os Exercícios Espirituais são, no seu conjunto orgânico, uma pedagogia espiritual mediante a qual se dá espaço para que os Espíritos Superiores (sob o comando do Espírito Santo de Deus) possam atuar, instruindo, movendo e robustecendo o exercitante. É preciso que o Espírito Santo seja o mestre interior que orienta a pessoa: ora chamando a atenção para um aspecto do assunto proposto; ora despertando sua memória para algo já conhecido, relacionando com o que está aprendendo; ora iluminando ou propondo algo para a vida através das moções espirituais.

            Toda luz desce do alto, do Sol da Inteligência divina. É ela que nos ilumina e nos faz participar dos dons divinos. Isso quer dizer que o meu Anjo da Guarda, na condição do meu orientador ou preceptor, não deve interferir de maneira alguma na comunicação divina, de Deus para comigo. O meu Anjo da Guarda não pode transmitir inadvertidamente, suas próprias convicções para mim. Eu devo agir sempre sob a graça de Deus, tentando descobrir com clareza o que Ele espera de mim.

            Nos Exercícios, a comunicação pessoal com Deus se estabelece pela união das vontades, a minha e a dEle, pela comunhão vital do Amor Incondicional. A minha vontade é uma inclinação da minha alma que me leva em direção ao Amor, que é a essência do Criador. Por causa desse contato mais íntimo, do diálogo mais pessoal, devo exigir da minha parte maior respeito e reverência para com Deus, pois Ele vai se encontrar muito mais presente na minha vida durante todo esse retiro espiritual, que consiste a aplicação desses Exercícios.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/02/2015 às 00h59