Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
03/02/2015 00h59
TRABALHO

            O trabalho é visto como uma ação necessária, que todas as pessoas competentes devem realizar, nos mais diferentes níveis e especializações. É o motor que dinamiza e faz avançar a sociedade, da mesma forma que faz avançar cada indivíduo.

            Desde pequeno, quando eu ainda era criança, estava envolvido com o trabalho. De início era um trabalho doméstico, de arrumar a casa, varrer, lavar pratos... mesmo sendo menino, não tinha nenhum prurido em fazer esses trabalhos de características femininas, até gostava de fazer, e o fazia com esmero, cuidado, dedicação. Tudo que eu fazia era digno de elogio, pois ficava na perfeição que eu conseguia alcançar. A medida que eu crescia, outros trabalhos eu ia assumindo: carregar água nas costas, com um galão que suspendia duas latas de 20 litros, para dentro de minha casa e para vender aos vizinhos; trabalhava também vendendo balas e cigarros num carrinho que eu podia levar pela cidade e estacionar onde tivesse mais fluxo de gente. Esse local era geralmente o pequeno e disputado cinema de minha cidade, Macau. Acostumei com esse trabalho a ter contato com os cartazes do cinema, com as revistas, guris e semanários femininos, as românticas, Sétimo Céu, Capricho, etc. Daí formou-se no meu psiquismo uma boa associação do trabalho com o cinema e a literatura.

            Continuei os meus estudos e cada vez ia me capacitando a exercer cargos e trabalhos mais complexos. Fui servir à Marinha do Brasil aos 18 anos e esta minha disposição pela leitura, pelo conhecimento, fez com que eu desse um salto qualitativo nesse trabalho. De uma previsão de servir à Marinha como taifeiro ou barbeiro, saltei para a sala da secretaria do Hospital Naval de Natal, onde devido a minha boa pontuação na Escola de Formação de Marinheiros eu pude escolher, ao invés de embarcar num navio. Pude assim continuar a estudar em terra e me capacitar para a profissão de médico.

            Comecei a trabalhar como médico em comunidade recém criada no meu município e aliei ao meu trabalho profissional a atividade política. Fui presidente de Conselho Comunitário do Conjunto Santa Catarina e secretário do Partido Democrático Trabalhista em minha cidade.

            Atualmente estou colocando cada vez mais a força do meu trabalho naquilo que considero ser a vontade de Deus. Portanto, o meu trabalho não tem o objetivo de ser acumulado na forma de poupança e bens materiais. Tudo que adquiro como fruto do trabalho considero que foi Deus que colocou em minhas mãos, através do meu corpo que Ele usa como Seu instrumento, com a minha permissão. Claro que não serei irresponsável com esses recursos que tenho que administrar, pois o Pai está sempre observando minhas ações e sondando meu coração. Não permitirei que eu seja usado por quem quer que seja para usufruir bens ou qualquer tipo de vantagem em detrimento de outras pessoas, que tenha um caráter de injustiça.

            Sei que essa visão e forma de me comportar exige que eu execute um trabalho extra para cobrir compromissos extras que surgirão. Sei que esse esforço não está me trazendo nenhum benefício material, pois eu não procuro retê-lo, sem utilidade, ao meu à dispor a qualquer hora. Tenho sim, reservas estratégicas, mas nada de forma exagerada, que não tenha um caráter solidário... divino.

            Sei que essa é mais uma característica do meu comportamento que difere da “normalidade” do resto das pessoas. Não vejo também ninguém ao meu lado que se comporte dessa forma com o fruto do seu trabalho. Mas vejo que tudo isso está devidamente coerente com a vontade de Deus que eu já absorvi na minha consciência como se fosse a minha vontade.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/02/2015 às 00h59