Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
16/02/2015 00h59
CASO MAC

            Tenho uma paciente, MAC, que separou do marido e encontrou um namorado, casado, e que se relacionam, aparentemente, de forma harmônica. Esse caso despertou minha atenção, pois ela se trata comigo devido a depressão e percebo que ela está muito melhor, apesar da medicação que faz uso. Acredito que essa relação esteja trazendo benéficos para ela e procurei aprofundar a investigação:

            - Como vai voce na relação com seu namorado?

            - Está bem, eu me sinto bem.

            - Não lhe incomoda o fato dele ser casado?

            - Incomodava mais no começo, mas agora eu estou mais tranquila.

            - Vocês vão a igreja juntos?

            - Não podemos... por ele ser casado a nossa relação tem que ser discreta, ninguém pode nos ver juntos, saber de nossa relação. Isso me deixa triste, pois eu queria sair para qualquer lugar com ele. Por isso eu não queria namorar com ele, pois sabia que ele sendo casado  não iria ter uma relação transparente comigo. Meu filho também combateu muito esse relacionamento no início, mas agora ele não demonstra se interessar pelo caso. Também tem o caso do meu ex-marido que sabe dessa relação e apesar de me ajudar financeiramente e de ainda ser o meu marido na forma da lei, não se incomoda com isso e até incentiva, se isso me deixa feliz. Ele demonstra ser uma boa pessoa.

            - E quanto a esposa do seu amante?

            - Ela é uma pessoa doente, tem câncer no seio e eles não se relacionam sexualmente. Ele convive com ela para cuidar.

            - Voce se sente bem no relacionamento, inclusive o sexual?

            - Sim, eu me sinto muito bem, cuidada... só o que me incomoda é porque sei que isso é um pecado, está escrito na Bíblia, participo de um adultério.

            - Voce deve ponderar que a Bíblia está cheia de incoerências e que devemos nos preocupar a cumprir a principal lei que Ele, Jesus, nos deixou: “Amar ao próximo como a si mesmo”. Assim o que é mais importante é aplicar a lei do Amor Incondicional.

- Sei disso meu namorado também fala dessa forma. Diz que não estamos pecando, pois não estamos fazendo mal a ninguém.

Esse caso me fez refletir na importância da família ampliada, pois a inclusão de MAC poderia fazer-se nessa família de forma natural. A esposa doente teria mais uma cuidadora ao seu lado, seu marido teria uma pessoa para compartilhar a vida e os impulsos sexuais sem gerar ciúmes ou destruição de relações antigas. Vi que os integrantes dessa história tinham um bom perfil psicológico, inclusive com bom conhecimento evangélico. Apenas os preconceitos alicerçados sobre o amor romântico que formam a família nuclear e os paradigmas culturais servem como bloqueio para isso se realizar.

Dessa forma eu vejo que o meu trabalho de construir essa família ampliada e divulgar a sua existência, explicando o funcionamento e a superioridade tem realmente um grande potencial de harmonização na comunidade e de assim se tornar a base para a construção do Reino de Deus.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 16/02/2015 às 00h59