Acordei hoje as 4h da madrugada com a lembrança de um sonho vívido na minha mente. Acredito que pelos efeitos retardados ainda das atividades ritualistas do Novo Paganismo, da Wicca, no encontro da Nova Consciência em Campina Grande, onde ao som do tambor deixei a minha alma expressar a natureza do meu ser. Este ser é ligado a natureza do ar, conforme meu signo zodiacal, virgem. Os meus três eus (racional, emocional e divino) entraram em contato durante o sono e formataram um “teatro” para que o meu “eu racional” conseguisse ao acordar fazer a reflexão que pretendo fazer agora.
Durante o sonho o Sr. X, marido da minha amiga, Dra. Y, me aborda fazendo a seguinte pergunta:
- É verdade que você se relaciona com mais de uma pessoa na condição de companheira?
Sim, respondi que era verdade, mesmo que tivesse notado o seu cenho franzido, numa postura de reprovação. Mas o meu compromisso com a verdade impedia que eu negasse o que fazia, principalmente quando eu era provocado com uma pergunta direta como ele fez. Mesmo que durante o nosso relacionamento que foi feito através da sua esposa que é minha colega de profissão e amiga, ele nunca tenha sabido desta minha nuance comportamental, eu nunca tenha chegado para ele e falado sobre isso, ou ele tenha sabido de forma escandalosa por terceiros que tenham se sentidos prejudicados.
- Voce está fazendo uma coisa muito errada, está abominando a lei de Deus e escandalizado a comunidade!
Tentei me defender dizendo que estava procurando cumprir com integridade a lei de Deus e que não procuro com este comportamento escandalizar a sociedade, pois não fico expondo a todos de forma gratuita o que faço na intimidade. Mas senti que minhas respostas não alcançavam o seu raciocínio, incendiado que estava pelas forças emocionais incendiadas pela raiva e talvez medo e frustração. Medo por saber que sua esposa se relaciona com muito afeto comigo, e frustração por me ter na conta de uma pessoa muito especial e de repente descobre que eu violo os seus princípios mais importantes: os sacramentos do casamento.
Deixei ele se afastar raivoso e reclamante daquela confirmação que teve sobre meu comportamento, talvez esperasse saber que tudo não passava de uma brincadeira. A minha característica de desenvolver empatia com as pessoas, tentei ficar no lugar do meu interlocutor que se afastava à passos rápidos.
Provavelmente ele estaria agora a pensar que eu era um depravado e que na surdina estava a enganar as mulheres para atender os meus desejos mais impuros de sexo diversificado. Talvez a sua esposa tivesse sofrido esse “ataque” psicológico, e se ela tivesse cedido? Não acreditaria, ele sabia que sua esposa era digna da maior confiança e se ela mantinha amizade comigo em nível tão espiritualizado era porque também estava sendo enganada. Mas como é que pode uma pessoa tão correta na aparência, principalmente na relação com Deus, ser uma pessoa tão depravada na vida íntima?
Foi essa racionalização que me motivou a escrever amanhã, na quarta-feira de cinzas, a explicação detalhada para mostrar que eu fazendo assim estou obedecendo ao próprio Deus que colocou na minha consciência essa missão, que muito mais além do sexo que me é permitido eu carrego comigo as dores que provoco na alma de quem se aproxima de mim e que estão condicionados a outra forma de comportamento, muito diferente da que agora estou praticando.
Amanhã também será um dia especial, pois sendo a quarta-feira de cinzas, evoca o meu animal do poder, a Fênix, que dormita dentro de mim. Também descobri que este era meu animal do poder dentro de uma atividade deste mesmo grupo em outro encontro da Nova Consciência em Campina Grande, há cerca de 4 anos. A Fênix é um pássaro da mitologia grega que morria em combustão depois de algum tempo e renascia das próprias cinzas. Possuía uma grande força capaz de carregar pesadas cargas durante o seu voo, chegando ao ponto de carregar até elefantes. Certamente para simbolizar que a carga que eu iria carregar no meio de pessoas tão fortemente condicionadas pelo amor condicional iria ser muito grande. Também suas lágrimas tem o poder curativo, talvez simbolizando que apesar de eu ser médico e treinado em cuidar das pessoas pelas técnicas científicas, são as minhas lágrimas provenientes do meu sofrimento das incompreensões que sofro, do trabalho exagerado que pratico, o melhor recurso terapêutico que possuo. Tudo isso simboliza no conjunto a força que devo ter para tocar esse projeto de característica imortal, que depois de mim outros irão praticar até o renascimento do paraíso perdido, do Reino de Deus.