Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
06/03/2015 23h59
SONHO PROFÉTICO?

            Após a vinda de Campina Grande onde participei de algumas atividades espirituais ativamente, tive o seguinte sonho com base na realidade, e quem sabe, da profecia?

            Eu estava participando de uma cerimônia de batizado do meu parente, filho do meu sobrinho que acaba de ser gerado. Eu era o padrinho e minhas três companheiras eram as madrinhas: M (a quem sempre chamo de Radha), S (que as vezes chamo de Clarinha) e E (que no passado chamava de Dôca). Quem celebrava essa cerimônia era a minha filha, investida numa postura de sacerdotisa de uma religião muito antiga. Lembrei que ela havia revelado há poucos dias para mim, que lendo um livro que compramos em Campina Grande, no evento da Nova Consciência, tinha descoberto qual a religião que ela resolvera seguir. Não tinha lembrança qual foi o nome que ela me deu dessa religião que ela aceitou e liguei para ela confirmar. Ela disse que não seguia religião e que tinha encontrado uma definição acerca do que acreditava que era o panenteísmo. Diz que o divino contém em si tudo que há, porém é maior do que tudo que existe. Acredito que eu tenha associado esse pensamento dela as práticas rituais do neopaganismo, dos wiccanos, cujas danças nós curtimos durante o evento de Campina Grande. Uma forma de moderna de resgatar as formas antigas da religiosidade com as quais tenho grande simpatia e talvez por isso no meu sonho eu tenha feito essa ligação do pensamento filosófico da minha filha que se aproxima bastante do meu pensamento e com os rituais do paganismo, por uma ausência de proselitismo e a presença de uma mitologia viva que explica a prática religiosa. Como a principal característica da religiosidade pagã seja a radical imanência divina onde a divindade se encontra na própria natureza, incluindo os humanos, vem sintonizar com os nossos pensamentos. Não existe a noção de pecado, inferno, e mal absoluto. A relação com os deuses é sempre pessoal e direta. Sem a noção de pecado, também não há noção de santidade ou do profano. A sacralidade da terra dispensa a construção de templos. No lugar deles existe a noção de lugares sagrados, como bosques, lagos, montanhas.

            Assim era o clima desse batizado. Sem ausência do pecado. Eu poderia estar com a companhia de companheiras permitidas pela Natureza, pela divindade, sem limitação de número ou de qualquer espécie, sempre respeitando a liberdade e o respeito à individualidade e livre arbítrio do outro. As minhas três companheiras seguiam orientações religiosas diferentes, Hare Krishna, Católica e Espírita. Minha filha como pensa mais próxima de mim estava na posição de sacerdotisa do neopaganismo ao qual eu estava integrado mentalmente com ela.

            Estávamos em circulo com pessoas da nossa amizade e parentesco, num tipo de clareira dentro de um bosque verdejante, com pássaros nas copas das arvores e animais silvestres à distância. Era um dia nublado com fortes nuvens púmbleas a impedir a força do sol sobre nós. Eu apresentava a criança, uma menina, à sacerdotisa e com a imposição das mãos minhas companheiras apoiavam o meu gesto. A sacerdotisa invocava a proteção da Deusa, para conceder felicidade e fecundidade para mais uma fêmea dentro da Natureza, no seio da mãe terra. O vento jogava as flores das plantas sobre nós, o perfume preenchia o ar. A sacerdotisa pegou um tambor e passou a tocar no ritmo do coração e mandou que todos fizessem a dança circular de gratificação. No círculo menor ficaram eu com minhas companheiras, mais os seus pais e a própria menina que eu levava durante meus volteios segura nos braços. Vez por outra durante a dança a elevava acima de minha cabeça como forma de apresentá-la à Deusa. Os demais convidados dançavam num círculo mais externo em direção contrária à nossa. A sacerdotisa entoava mantras ao som do batuque que acelerava e desacelerava de acordo com suas intuições. Nos sentíamos todos integrados, pessoas e Natureza, e o sentimento que a Deusa guiava nossos passos enchia nossos corações.

            Acordei sentindo o ritmo do coração sintonizado com o ritmo do sonho e parecia que ainda ouvia os mantras da sacerdotisa que se perdiam no fundo da minha consciência cada vez que ela emergia para a realidade.

            Depois fiquei a pensar no grau de realidade que o sonho indicou, da simpatia que tenho por esse tipo de ritual religioso, e no grau de profecia que ele pode ter também indicado, de podermos viver juntos ao lado um do outro sem preconceitos, sem sentimento de pecado, de egoísmos exclusivos, de nos sentirmos fraternalmente ligados com tanta força à Deusa Natureza e que aqui e agora é representada pela mãe Terra, criadora de nossos corpos e deles fazendo parte.

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/03/2015 às 23h59