Não quero falar aqui do meu pai biológico. Pouco tempo tive com ele, não tenho na memória o seu rosto, a sua presença na minha vida, quer seja de forma física, financeira ou emocional. Mesmo com as dificuldades de minha mãe e de minha avó, não tenho conhecimento de alguma ajuda que ele tenha mandado para mim. Mesmo assim não guardo raiva, ressentimento ou qualquer emoção negativa com relação a ele. Agradeço por ele ter sido a ferramenta biológica para me trazer a este mundo material onde tantas lições tenho que aprender. Quero falar aqui do meu Pai espiritual, criador de tudo que existe e que a ele devo tudo que tenho e que sou, até mesmo o pai biológico que ele me deu.
Quero falar do meu Pai divino e tentar conhecê-Lo e obedecê-Lo, já que não tive essa oportunidade com meu pai biológico. Certamente devido a esse fracasso com meu pai eu terei uma maior chance com meu Pai.
Para fazer isso eu dependo de minhas ações e conhecimento. Talvez se meu pai ainda fosse vivo eu também faria esse movimento de aproximação para ele, teria também consideração a ele e procuraria ajudá-lo. Acredito que eu teria mais condições de fazer isso do que o contrário, dele ajudar-me. Agora, minha aproximação com meu Pai só irá trazer ajuda para minha evolução, numa relação de mão única, pois jamais eu pretenderia “ajudar” ao Pai, o Criador de todo o Universo.
Para fazer essa aproximação ao Pai eu tenho as lições do Mestre Jesus que sempre estava a falar dEle e como era a Sua essência. Ele dizia que o Pai fez tudo o que existe e mesmo assim continua agindo até hoje. Que nós devemos seguir esse exemplo e agir continuamente. Reconhecia Deus como Pai e que procurava se fazer igual a Ele. Dizia que ele, Jesus, não podia fazer coisa alguma por si só, mas consegue fazer o que ver o Pai fazer. E que o Pai, por nos amar, nos mostra tudo que faz.
Essas lições mostram que podemos ter uma ligação íntima com o Pai. Primeiro, sabendo que a Sua essência é o Amor, podemos introjetar dentro dos nossos corações esse Amor, a essência de Deus em toda a plenitude, o Amor Incondicional que para ser dado ou recebido não depende de nada ou de ninguém. Dessa forma todos os relacionamentos que fizermos durante a caminhada determinada por Ele deve ter a maior harmonia possível, pois essa é a consequência do Amor.
Sei também que essa tarefa não é fácil. Estou vivendo num planeta que ainda tem a função de reservar para nós que o habitamos, provas e expiações. A começar dos desejos íntimos que afloram a minha consciência, geralmente de caráter egoísta, ligados aos interesses do corpo e a sua sobrevivência expressa na expressão genética. A minha consciência esclarecida deve se contrapor a esses desejos que irão no futuro trazer desarmonia ao meu redor, quer seja na minha fisiologia biológica, quer seja nas relações interpessoais.
O outro obstáculo que surge concomitantemente aos interesses do meu corpo, são os interesses das pessoas que se aproximam de mim e com os quais devo manter relacionamentos. Essas pessoas tanto quanto eu, possuem instintos egoístas e que elas devem controlar da mesma forma que eu tento. A melhor forma de fazer isso é desenvolver o Amor Incondicional. Essa foi a lição que Jesus veio nos trazer a mando do nosso Pai.
Confesso que desde o momento que essa lição alcançou a minha consciência eu tento fazer isso, aplicar o Amor Incondicional em todos os relacionamentos que desenvolvo na vida, desde os mais íntimos aos mais distantes. Com todo meu empenho e conhecimento que possuo, mesmo assim cometo falhas que ainda não tenho forças para evitar. Quanto mais as pessoas que não tem esse conhecimento, que nem sabe da existência do Pai e qual a Sua essência, não conhece as lições de Jesus em profundidade, não entendem o que seja Amor Incondicional. Não posso esperar de pessoas que se encontram nesse estágio evolutivo que tenham um comportamento como eu procuro ter. Quanto mais próximas de mim essas pessoas, mais responsabilidade eu tenho de ensiná-las com minhas palavras e exemplo aquilo que Jesus nos ensinou sobre o Pai e como devemos fazer para ser filhos obedientes. Lembrar sempre da principal lição que não devemos jamais esquecer e acima de tudo procurar colocar em prática: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.