Após sentir a forma equivocada de governo que se instalou no Brasil, a sociedade se levanta em protesto. O Partido dos Trabalhadores que assumiu a Presidência da República em 2002 com a proposta de corrigir os desníveis sociais e a corrupção, logo se mostrou “farinha do mesmo saco” e com pior indigestão. Começou a comprar o voto dos parlamentares para aprovar os seus projetos, num crime batizado de “Mensalão”. A partir dessa constatação eu mudei de imediato o meu voto que antes havia dado em confiança. Percebi muitos políticos sérios deixar a legenda por não se sentirem confortáveis na convivência com a corrupção. Porém a maioria continuou dentro da legenda que estava no poder e em condições de distribuir cargos comissionados com altos salários a seu bel-prazer e conveniências. Os autores da corrupção parlamentar foram julgados e condenados pela mais alta corte do país, mesmo assim seus correligionários de partido ao invés de repreendê-los por seus atos criminosos, passaram a reverenciá-los como heróis da Pátria.
Tudo isso que acontecia reforçava dentro do meu íntimo cada vez mais um sentimento de ojeriza por atitudes tão falsas e maledicentes. Falsas porque usavam de recursos que eles antes condenavam como se fossem criados por eles e que tudo de bom que acontecia no país, nunca antes acontecera. Maledicentes porque atacavam sem piedade a honra daqueles que tivessem coragem de criticá-los. Era um governo de bravatas utilizadas para cobrir de ignorância a massa que necessitava dos recursos para a sua sobrevivência. Era um governo de manhas astuciosas capaz de investir maciçamente nas universidades com o objetivo da conquistar a consciência da Academia. Assim como eu pensava cada vez mais a sociedade também pensava e conseguia discernir entre o bem que era praticado, a origem do mal que se alastrava.
Neste dia 15 de março de 2015 a sociedade brasileira de forma significativa e aqui no nordeste a nossa capital, Natal, deu a maior demonstração de consciência política, com o maior número de pessoas na rua, num protesto independente de partidos políticos, tudo na maior ordem e paz. Fui uma das cerca de 25.000 (12.000 – 40.000) pessoas que caminharam pouco mais de um quilômetro, com camisa amarela contestatória, bandeira branca na mão e cara pintada.
Sei que a minha convocação para participar desse movimento partiu principalmente do Pai, apesar de eu não ter conseguido colocar isso de forma explícita para aquela multidão, pois o clima psicológico estava impróprio e eu não tive competência para transformá-lo, nem sequer por um minuto. Nem mesmo a ideia de formar um grupo com essa motivação espiritual e ir para o evento de camisa e bandeira branca, eu consegui realizar. Ainda coloquei por baixo da camisa amarela contestatória a camisa branca representativa da vontade de Deus. Antes de sair fiz o Evangelho no Lar abordando o sentido espiritual e político dessa manifestação e segui confiante de que estava sob a proteção do Pai, a serviço da Sua vontade. Tanto é verdade que a ideia da bandeira branca Ele instalou em outras mentes e no evento foram distribuídas diversas e consegui assim formar o meu grupo de cinco pessoas com as bandeiras que foram fornecidas de forma gratuita.
Ainda tentei chegar perto do microfone do carro de som e deixar uma mensagem coerente com o dia e com o motivo da manifestação. Consegui dizer ao locutor, já que eu não podia usar o microfone, que este dia, 15 de março, era consagrado aos direitos do consumidor. Então, nós como consumidores da gestão pública, estávamos fazendo uma reclamação de uma gestão que adquirimos com o voto baseado em mentiras, em propaganda enganosa. Então, nós cidadãos, enquanto consumidores dessa gestão pública, pedimos de volta o nosso mandato para que fosse entregue a uma pessoa que não usasse a mentira.
Enfim, tudo isso aconteceu e deixou de acontecer, mas estava por trás de todo o movimento a mão poderosa de Deus, que de acordo com a nossa disposição de fazer a Sua vontade aqui na Terra tudo transcorreu no maior clima de respeito à cidadania, aos direitos inalienáveis do homem de respeito a nossa dignidade.