Dia 12-04-15 foi mais um dia de protesto em todo o Brasil, contra a corrupção e a mentira que assola o país. Na última manifestação de igual teor, em 15-03-15, fui acompanhado de uma companheira, minha filha, irmã e um sobrinho. Dessa vez fui acompanhado apenas da companheira que foi comigo da vez anterior. Infelizmente durante o trajeto, a verdade que eu tenho obrigação de dizer, causou o distanciamento dela de mim. Ela perguntou por que minha irmã que havia prometido que iria também à caminhada não tinha vindo comigo. Eu expliquei que ela estava incomodada com um pé e que estava fazendo uns doces para levar a minha outra companheira que mora em Ceará Mirim e que estava aniversariando. Ela perguntou se eu havia dormido na casa dessa companheira na noite anterior e eu confirmei. Notei que ela ficou em silêncio e logo comentou na forma de uma pergunta, se tudo que havia entre nós tinha se acabado. Eu respondi que o fato de eu estar com ela naquele momento mostrava que isso não era verdade. Ela disse que queria se referir ao fato de eu também dormir na casa dela, como fazia antes. Expliquei que o seu próprio comportamento foi o fator que fez eu me afastar dela nesse sentido, inclusive com alguns trabalhos domésticos que ela fazia para mim. Disse que a sua forma de se relacionar comigo, sempre tendendo a exclusividade, como a relação formal de um casamento, hostilizando direta ou indiretamente as pessoas que se aproximam de mim, foi o fator que fez esse distanciamento acontecer, como estava acontecendo agora com essa conversa. O fato dela estar sabendo que eu dormira na casa de outra pessoa já estava fazendo seu comportamento mudar, ficar irritada e distante de mim. Expliquei mais uma vez que a minha maneira de me relacionar com as mulheres era sempre de forma não exclusiva e que eu ficava na casa de qualquer uma delas, de acordo com o sentimento de harmonia que minha consciência apontasse no momento. Mais uma vez ela disse que iria procurar entender esse recado que eu tenho repetido tantas vezes, não somente para ela, mas para todas minhas companheiras. Ficou o resto do caminho em silêncio até chegar ao evento. Ficou afastada de mim durante toda a concentração e tempo da caminhada. Não foi até o final como eu, voltou antes da metade do caminho e me esperou para o retorno no Midway.
Dessa forma me senti sozinho no meio da multidão das pessoas que caminhavam no evento. Mais uma vez senti o peso de fazer a vontade de Deus e usar os recursos, de mentiras e omissões que a maioria usa para encontrar uma harmonia atendendo as implicâncias do egoísmo. Senti o paradoxo da solidão ao meu redor, entre tanta gente e no entanto, sozinho. Mas sentia que estava seguindo a vontade de Deus e fiquei em paz com minha consciência. Cumprimentei um deputado federal e um vereador que encontrei pelo caminho. Também cumprimentei uma colega psiquiatra e um advogado fez questão de me instruir com o que ele entendia de motivos corrigir os erros e abusos que se observa na política. Com tudo isso eu notava em minhas reflexões que a família ampliada que eu estava tentando construir, como uma aproximação da família universal que irá formar o Reino de Deus, ainda estava longe de sua construção harmônica que eu esperava que fosse acontecer algum dia. Até mesmo este evento político que eu estava dentro dele, no sentido de protestar contra a mentira e a corrupção que afasta e discrimina os povos de uma nação, é uma amostra da doença coletiva que nos atinge e que também nos afasta do Reino de Deus.
Voltei do evento com essa percepção. Estava ali sozinho naquela caminhada de tanta gente, enquanto tenho três companheiras que estão dispostas a me acompanhar. No entanto uma estava com dificuldade de vir por causa de doença, outra pelo evento do seu aniversário e a outra pela ação do egoísmo em sua consciência, paralisando a ação do Amor Incondicional que é a força que dirige a minha vida.