O domingo, dia 12-04-15, foi um teste de harmonia/desarmonia que terminei envolvido dentro dele, de forma pública e privada. No campo público foi a caminhada de protesto da qual eu participei, como forma de corrigir as mentiras e corrupção que infesta o Brasil e traz desarmonia para todos os cidadãos entre os quais me incluo. Era um grupo grande de pessoas que, procurando sintonizar harmonicamente com ideias positivas, pretendia corrigir a desarmonia coletiva.
No aspecto privado também fiquei balanceado entre os dois campos, a harmonia e a desarmonia. Como procuro criar um relacionamento harmônico com base no Amor Incondicional alicerçado na Verdade, termino inevitavelmente me defrontando com os interesses contrariados do amor condicional. Isso se reflete principalmente nas pessoas que pretendem seguir o meu caminho na condição de companheiras, que tenham intimidade sexual ou não. Esse aspecto não é o principal objetivo no contexto espiritual.
Quando fui para a caminhada de protesto com uma das companheiras senti o clima de desarmonia quando falei a verdade do que estava acontecendo, fato esse já descrito no diário de ontem. Mas quando voltei para Ceará Mirim para participar do aniversário de minha outra companheira, senti um clima de harmonia, mesmo tendo lhe deixado sozinha na organização do evento para ir participar da caminhada com a outra companheira. Não houve nenhuma reclamação por eu ter chegado depois da hora que eu previa. Orientou-me quanto a forma de me vestir, pois eu cheguei com a cara pintada e portando uma bandeira branca, usando a camisa do dia do protesto. Fez questão de me apresentar aos amigos dela que eu ainda não conhecia.
O que chamou mais a atenção foi a presença da mãe dela que compareceu também de forma harmônica. Todos que a conhecem sabem que é uma pessoa hostil, que sempre está acusando alguém por não fazer as coisas como ela acha que é correto. Pois nesta noite ela entrou de forma educada, cumprimentando os presentes e não criando clima desarmônico com ninguém. Apenas lamentou a situação de sua filha casada que está atravessando dificuldade de relacionamento com o marido.
Fiquei a maior parte do tempo ao lado do meu irmão, Carlos, brincando com o Videokê, até chegar uma pessoa amiga que tinha interesse em conhecê-lo, particularmente.
Notei que o coração da minha companheira que aniversariava estava feliz e harmônico com todos os presentes. Lembrei que a companheira que deixei em casa ficou amargurada e desarmônica com o que estava sabendo e sentindo. Lembrei também da outra que está prestes a fazer uma cirurgia e que ficou em casa sem ter sido convidada nem para a caminhada, nem para o aniversário.
Avaliando tudo isso eu fico preocupado na possibilidade de não alcançar o que sinto que Deus espera de mim, de criar essa família ampliada de forma harmônica, se os obstáculos colocados pelo amor condicional parecem ser tão fortes e disseminados. Parece que a única pessoa que sabe amar dessa forma incondicional sou eu, que consegue ficar feliz com a felicidade da companheira, mesmo que ela esteja ao lado de outro. Mais ainda, fico feliz por ela e desenvolvo amor pelo companheiro que no momento faz companhia a ela. Não sinto mais qualquer traço de ciúme em meu coração, ciúme esse que vejo consumir o coração e mente de cada uma das minhas companheiras. Não consigo encontrar argumentos para ensinar a elas essa verdade que já tenho bem forte dentro de mim e sobre a qual faço minha caminhada, o meu destino. Uma caminhada que eu não canso de explicar a cada uma delas como é, mas que nenhuma consegue entender ou muito menos praticar. Mesmo elas dizendo que querem caminhar comigo dentro desses critérios do Amor Incondicional.
Mas não desistirei, o Amor Incondicional que aprendi a viver dentro dele, é carregado de outros sentimentos e virtudes que devem também ser aplicados, como a tolerância, o perdão, a paciência, justiça, verdade, coragem, etc. Mesmo que o preço que eu tenha que pagar seja o de ser vítima da intolerância, da raiva, do resentimento, do desprezo e de viver por toda a vida sem a convivência de pessoas que saibam amar como eu, sem prisões ou exclusivismo de qualquer espécie.