Sióstio de Lapa
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Meu Diário
23/04/2015 00h01
PINDORAMA

            Ontem, 22 de abril, foi lembrado o dia do descobrimento do Brasil, feito pelos portugueses, numa tarde do ano 1500. Este termo, descobrimento, que na época era usado achamento, evoca alguma coisa que estava encoberta na nossa consciência, mas que já tinha existência na realidade.

            Foi escrito por Pero Vaz de Caminha, o escrivão da Esquadra, aproximadamente assim: os habitantes dessa terra eram pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andavam nus, sem cobertura alguma. Não faziam o menor caso de encobrir ou mostrar suas vergonhas, e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. As suas casas, em torno de nove ou dez, eram tão compridas cada uma como a nau capitânea. Eram de madeira e cobertas de palha, todas numa só peça, sem nenhum repartimento e tinham dentro muitos esteios (estacas, apoios). De esteio a esteio era atada uma rede pelos cabos, alta, em que dormiam, também embaixo, cerca de 30 a 40 pessoas. Comiam muito inhame e sementes que há na terra.

            A falta de arquivos precisos da época impede a afirmação de quantos indígenas havia, estima-se que entre 1 milhão e 8,5 milhões de habitantes. No século XVI esses nativos se dividiam em mais de mil povos, e cerca de 1300 línguas distintas, a maioria agrupadas em dois troncos linguísticos principais, o tupi e o macro-jê.

            O nome pelo qual os nativos chamavam as terras brasileiras quando do descobrimento, era Pindorama, que significa Terra das Palmeiras, o paraíso dos primeiros habitantes. Para colonizar o Brasil, esse paraíso foi maculado, muito sangue foi derramado, construíram os Navios Negreiros. Trouxeram da África homens que lá deixaram suas identidades... aqui eram escravos! Os índios nunca mais sentiram no vento o canto da liberdade!

            O mais extraordinário de tudo isso é que o nome Pindorama parece ter um significado mais profundo, originado na Índia. Pindo vem do Sânscrito que significa “Casa” e “Rama” é um dos nomes da personalidade de Deus. Mais conhecido como Ramachandra, Rama foi o 4º Avatar na era de “Satia” ou era de “ouro”, a Era da Verdade. Se invertemos a palavra rama (amar), formaremos a seguinte frase: Amar a casa de Deus! Assim como o nosso nome deveria ter um significado para se chegar a um propósito, a nossa casa, a nossa pátria tem um verdadeiro nome e um verdadeiro significado para ajudar-nos a chegar ao nosso verdadeiro propósito.

            Interessante como a vontade de Deus já está escrita no cosmo, na Natureza, e basta termos olhos para ver e inteligência para perceber. No mundo espiritual já existe a informação de o Brasil ser o coração do mundo e a pátria do Evangelho. Somos o maior país católico do mundo. A doutrina dos espíritos foi mais bem absorvida e desenvolvida em nossa pátria, apesar de ter sido iniciada na França.

            Agora existe a lição evangélica deixada por Jesus de que o Reino de Deus está próximo, que deve iniciar em nossos corações e se espalhar pelos diversos relacionamentos, sempre privilegiando o Amor Incondicional, frente a qualquer outro tipo de contaminação sofrida por essa energia divina, como por exemplo, o amor romântico, contaminado pelo exclusivismo e que ainda prevalece e gera tantas ações egoístas.  

            O Brasil deve agora descobrir essa vocação espiritual e lutar para construir o Reino de Deus em todas as comunidades, sempre motivado pelo Evangelho e pelas ações de caridade que deve sobrepujar qualquer outra linha de ação.

            Com todas essas informações, parece que o nosso Brasil, Pindorama, é a Casa de Deus, e Ele espera que os seus filhos atuais não sejam absorvidos e maculados pelos estrangeiros que dominam e escravizam os filhos do Pai, assim como aconteceu com nossos patrícios, os inocentes silvícolas. Que sejamos capazes de criar aqui o Paraíso Perdido”!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/04/2015 às 00h01