Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
17/05/2015 00h01
COMPLETANDO A LIÇÃO

            Mais uma lição sobre o tema da escravidão eu viria a receber durante a reunião de estudos na Cruzada dos Militares Espíritas, onde faço um trabalho com os dependentes químicos. A colega de trabalhos trouxe um trecho de Joana de Ângelis para iniciar os estudos. O texto falava que já existiam muitas pessoas no mundo que estão encarnadas e tem conhecimento que devem alcançar um melhor nível de virtudes, que devem corrigir os seus defeitos. Mesmo assim essas pessoas sentem que não conseguem fazer essa correção a contento, sempre estão tropeçando e caindo naquilo que elas já tinham determinado corrigir. Levantava Joana a importância do cair e se levantar, pois durante o nosso processo evolutivo as quedas são esperadas, assim como o levantar. O que se considera negativo é quando se cai e não há o esforço para se reerguer outra vez e quantas vezes forem necessárias.

            Aproveitei para colocar o meu exemplo com relação à gula, que eu devia ter disciplina e não me alimentar além do necessário, mas sempre estou recaindo nesse erro, e quando verifico já estou alimentado abusivamente. A lição que acabei de ouvir me fornece um método que eu já sabia, mas que não havia colocado como uma meta a ser atingida nas próximas oportunidades de alimentação. Devo colocar no prato uma quantidade que eu avalie necessário para alimentar o meu corpo e não para atender os seus desejos. Isso deverá ser feito de forma constante para que eu adquira e incorpore esse comportamento como hábito. A partir daí eu terei desenvolvido uma nova forma de conduta que irá substituir aquele hábito de comer exageradamente que eu considerava negativo.

             A lição foi legal e acredito que posso colocá-la em pratica. No entanto foi desviado para outro assunto. Foi dito que eu estou equivocado em considerar a quantidade de alimento como um erro, pois eu tenho o hábito de não comer de forma adequada. Realmente, disse eu, o meu hábito é diferente daquele da maioria das pessoas, mesmo porque a minha rotina é comer só uma vez por dia. Também posso ficar três dias e até cinco, sem me alimentar. Isso para mim já é possível, consegui condicionar o meu corpo a atingir esse nível de controle quando faço essa determinação, geralmente apoiado em algum tipo de compromisso, principalmente espiritual. O período mais comum disso acontecer é durante a quaresma, pois faço um planejamento de restrição alimentar que inicia com esse jejum de três a cinco dias.

            Todos os presentes à reunião e que não conheciam essa história, ficaram surpresos. Eu justifiquei a minha posição criticando opinião deles de que o erro era a minha forma diferente de agir que ia de encontro aos hábitos naturais desenvolvidos por todos. Eu lembrava que o fator determinante para se considerar algo como errado, era os prejuízos que determinado comportamento provocaria. Se chegasse hoje uma pessoa em nossa reunião dizendo que bebia todos os dias, mas que isso não estava causando nenhum tipo de prejuízo em sua vida ou na vida de terceiros que convivessem com ele, ninguém poderia acusar essa pessoa de estar errado por ter esse hábito.  Então, era isso que eu estava tentando dizer. A minha forma de agir pode ser anômala quando se compara aos hábitos prevalentes na comunidade. No entanto essa forma de agir não causa nenhum prejuízo para mim, pelo contrário, acredito que minha saúde tem uma base nesses hábitos que desenvolvi. O que a minha consciência acusa como nociva e deseja corrigir, é com a quantidade de alimentação. Nem mesmo a qualidade dos alimentos que também é criticada, minha consciência acusa como errada, pois também essa variedade de alimentos que ingiro, principalmente massas, também não me causa prejuízo se eu consigo controlar a quantidade de alimentos. Então, a meta que minha consciência aponta de correção de erro é com relação à quantidade. É com ela que fico incomodado e com a sensação de derrota quando vejo que não tive a disciplina de controlar a quantidade que deveria comer.

            Enfim, defendi a minha forma anômala de viver como uma atitude saudável para a condição de vida que alcancei. Tudo isso foi discutido apenas num simples aspecto fisiológico, quanto mais se fosse discutido a questão dos relacionamentos, onde parece que o meu comportamento aparece com muita mais anomalia, comparada a forma de relacionamentos da maioria.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/05/2015 às 00h01