Hoje tive duas reuniões no HUOL, Departamento de Medicina Clínica, quase que simultâneas, mas que terminaram por se tornar, devido a falta de pontualidade. A primeira reunião deveria começar as 10h, mas começou com meia hora de atraso. A segunda devia começar as 11h e as pessoas se concentraram na sala vizinha e somente ao 11:30h fui estar com eles. A primeira reunião tratava das finanças da AMA-PM e a segunda de uma parceria que a UFRN pode potencializar com as comunidades terapêuticas, HUOL/UTAD e comunidades natalense. Terminei de fazer a contabilidade da AMA-PM, deixei o pessoal discutindo as atividades, e fui para a outra reunião onde encaminhamos voltar a reunir de 15 em 15 dias para amadurecer um seminário que reúna as comunidades terapêuticas e os agentes fomentadores dos recursos. Voltei para a sala da discussão da AMA-PM e entrei numa discussão muito importante e que se tornou o tema deste texto de hoje: qual o caminho que o Projeto Foco de Luz está tomando dentro da comunidade. Será que o projeto de prevenção à violência está sendo realmente promovido? Será que a quantidade de festas que a Associação está se envolvendo, não retira o foco preventivo?
Essa preocupação sempre está presente na minha avaliação, estou vendo que gastamos uma energia considerável nessas atividades que são promovidas de forma habitual pelas comunidades, mas nós defendemos uma prática diferente. Defendemos a conscientização da comunidade e a educação dos jovens como forma de prevenir a violência, com artes, esportes, etc.
Eu sinto que a crítica feita aos caminhos atuais da Associação e do Projeto Foco de Luz são pertinentes, mas também sinto que devemos ser tolerantes nessa fase inicial onde a Associação está sendo criada e se firmando dentro da comunidade. A comunidade é pequena, mesmo assim o alcance de nossas ações são ainda ínfimas. Sei que é importante manter a educação formal, esportiva e artística de alguns alunos em salas de aulas ou quadras de esportes, mas é importante o alcance maior da comunidade, senão ficamos apenas num gueto. Sei que uma festa que promovemos a maioria das pessoas esquecem do compromisso evangélico, mas nós não devemos nos esquecer. Devemos aproveitar a ocasião e promover as sementes do Evangelho no coração dos participantes. Devemos apoiar as vítimas da violência em primeiro plano, mas também não esquecer das famílias dos agressores, muitas vezes os pais já estão contaminados pelo próprio mal. Devemos chegar perto das famílias, principalmente aquelas desestruturadas, pois se assim não fizermos não recuperaremos seus filhos.
A própria possibilidade de empréstimo que podemos fazer na comunidade, deve ter o sentido de apoiar o potencial financeiro de cada pessoa, que ele se capacite a trabalhar com alguma máquina, com algum recurso inicial e assim não seja absorvido pelas forças do mal, pelo tráfico de drogas, principalmente.
Sei que os companheiros que levantam a crítica de que estamos saindo do Foco evangélico de trabalhar a prevenção a violência, tem suas razões e estamos com eles associados. Mas não devemos deixar de lado também os momentos que possamos juntar a comunidade em atividades festivas, pois é uma oportunidade de colocarmos nossas convicções evangélicas no confronto com as convicções marginalizadas que abundam ao nosso redor.
Vejo a necessidade de combinar um dia para prestação de contas do trabalho que estamos realizando, na forma de um seminário. Poderei colocar de forma didática todo o conteúdo do meu pensamento para os companheiros fazerem com objetividade as críticas necessárias e assim poder fazer as correções que se tornem urgentes. Mesmo porque, acabei de postar no dia anterior, que esse trabalho motivado pela vontade divina provocará em cada um dos seus participantes a voz profética com a qual o Pai se manifesta através de nós. Caba a cada um ouvir essa voz profética e com harmonia fazer os ajustes necessários.