Parece que quando o dedo de Deus aponta para alguma pessoa, acarreta muitas dificuldades em sua vida material. Quando o pai de Saulo estava procurando uma mulher para casar com ele, foi falar com um velho rabino que tinha uma neta, Elisheba, que atendia seus objetivos. Acontece que o avô gostava muito da neta, não pensava que ela fosse sair tão cedo da sua companhia, e queria encontrar um pretexto para recusar o noivo, através do pedido do seu pai, que assim argumentava:
“Minha família não é desconhecida, tem um nome respeitável em Israel e a mãe de Débora, avó de Saulo, é de uma família ilustre. Vejamos agora meu filho. Você mesmo disse que ele tem um grande intelecto e uma mente poderosa, tendo mesmo acentuado que o Dedo de Deus tocara nele...
“- Ah! Gritou o velho alegre por ter descoberto uma desculpa para rejeitar Saulo. – Não quero profetas inflexíveis na minha família, especialmente para Elisheba, que é uma flor! O Dedo de Deus! É sensato não apenas para os homens evitar a companhia de um homem que recebeu esse toque... porém é muito mais sensato para as mulheres! Não é bom ficar nas proximidades de um homem assim. Há relâmpagos perigosos. É ele alguém feito para minha alegre Elisheba, que é como uma ovelhinha ou rouxinol na primavera? Ele partiria seu coração.”
Fico a refletir nessas considerações que o pai e o avô dos jovens, Saulo e Elisheba, respectivamente, fazem a respeito deles, principalmente quanto a Saulo. Enquanto o pai pensava que por ter sido tocado pelo Dedo de Deus o seu filho se tornaria mais atraente para um casamento, foi justamente o contrário. O avô da jovem pegou justamente esse aspecto para descartar definitivamente a possibilidade dos dois namorarem e casarem na sequência.
Fiquei um tanto quanto identificado com as dificuldades de Saulo na visão do rabino. Também sinto que fui tocado pelo Dedo de Deus de alguma forma. Talvez não tanto intenso como aconteceu com Saulo, mas um toque de Deus em minha vida, sim! De repente adquiri uma firme convicção da existência de Deus e de uma missão que ele implantou em minha consciência. Tornei-me inflexível quando a isso, e terminei desviado significativamente das normas sociais. Não perco tempo em companhia de homens vulgares. Eles também não me procuram.
As mulheres têm ainda uma maior necessidade de afastamento de mim. O sentimento de amor exclusivo que elas sempre desenvolvem com os companheiros, é incompatível com o sentimento de amor inclusivo, uma consequência do Amor Incondicional, que o Pai colocou na minha consciência. Mesmo sabendo disso, e resolvendo ficar ao meu lado como companheira, qualquer mulher sempre tem momentos de coração partido, quando sabem que estou distante ao lado de outra.
Nesta missão determinada pelo Pai de construir relacionamentos compatíveis com o Seu Reino, a principal meta é formar um núcleo amplo de relacionamentos fraternos, inclusivos, que não exista o ciúme, o ódio, a intolerância ou qualquer forma de egoísmo. Para isso ser alcançado é necessário que o coração animal que bate dentro do nosso corpo humano, seja realmente partido e vencido definitivamente.