Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
15/07/2015 00h01
OS GRANDES JOGOS

            - Quando voce me deixou em Cesaréia, caro amigo – disse Télis -, para que eu pudesse visitar meus conhecidos, fiquei muito doente. Acordei um dia, depois de sonhos aflitivos, e vi minha cama empapada do sangue que tinha escorrido de minha boca. Meus amigos chamaram os melhores médicos, inclusive um que tratava de Pôncio Pilatos, e eles anunciaram, balançando as cabeças, que eu estava desenganado por causa do meu câncer. Não pude erguer a cabeça do travesseiro, mal pude engolir um pouco de vinho e preparei-me para morrer.

            Era uma tristeza para mim, pois tinha levado uma vida excitante, se não verdadeiramente alegre, e ainda considero a vida, como nós gregos, dizemos, os Grandes Jogos. Tenho propriedades e extensas terras em vários países e meus banqueiros e corretores são, comparativamente, pessoas honestas – na medida do possível para gente da sua classe, o que não é extraordinário, infelizmente -, mas ainda desejava participar dos Grandes Jogos e tenho uma filha que é a luz da minha alma. – Télis suspirou. – Você deve ter observado que mulheres inteligentes não são devotadas nem muito ternas, pois temos olhos vivos para a deficiência de caráter dos homens e não se recusam a falar mal deles em todas as ocasiões, mesmo diante de visitas. Se um homem sente-se indisposto, elas costumam olhá-lo friamente e sugerem que ele se levante e vá para seu escritório, seu trabalho ou outros negócios, como se o lar estivesse precisando de dinheiro e os banqueiros pressionando, uma filha necessitando de um dote ou um filho entrando na adolescência, cuja celebração tem de ser preparada. Além disso os deuses exigem sacrifícios e Deus ajude a casa que não os fizer! Confesso – acrescentou Télis – que sob tal estímulo e pressão, temos de sair de nossas camas de enfermos e, antes do crepúsculo chegar, nossa doença misteriosamente desaparece. No entanto, um pouco de ternura e comiseração, embora atrasem nossa recuperação, confortam a alma de um homem e acalmam o seu corpo. Frequentemente, a doença de um homem não é do corpo e sim da alma, coisa que uma mulher inteligente absolutamente não tolera. Temo que uma mulher assim suspeite que os homens não tem alma.

            Por outro lado, a mulher obtusa serve o marido ou o pai com doçura, tolera-o com ternura, não o obriga a levantar-se, vestir-se, sair de casa, dedicar-se aos seus negócios. Ela o convencerá a ficar na cama, lhe levará pedaços de comida deliciosos, o alimentará com suas próprias mãos, mandará servir-lhe o melhor vinho, cantará, se tiver uma bela voz, afagará e refrescará sua testa, manterá a casa em silêncio enquanto durar sua doença, prestará muita atenção aos ruídos do seu corpo, tolerará seus graves pensamentos sobre a vida, a morte e o significado de tudo isso. A doença nessas circunstâncias, pode tornar-se deliciosa e demorada, mas um homem tem de viver unicamente para o dinheiro ou mesmo para a boa saúde?

            Esse trecho do livro de Taylor Caldwell, “O Melhor amigo de Deus” trouxe esse pensamento quanto a mulher. Reforça a característica humilde que a mulher deve ter frente ao homem, mesmo que ela seja uma pessoa culta.

            Acredito que a autora sendo mulher e inteligente, fez uma boa descrição das duas formas psicológicas que as mulheres apresentam. Concordo também, mesmo entendendo que a mulher humilde, mesmo sendo de grande valor, sempre faz falta um toque de inteligência, desde que não seja para entrar em confronto com elas, que pensam muito mais nos seus interesses particulares. Digo assim pois já tive oportunidade de conviver com mulheres de todos os níveis sociais e perfis psicológicos, e prefiro viver só do que em conflito com mulheres que não tem a capacidade de humildemente colocar os seus interesses subordinados aos meus, não que eu queira ser injusto ao não defender uma relação igualitária entre homem e mulher, mas sim encontrar uma harmonia entre interesses opostos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 15/07/2015 às 00h01