Não chegou a passar uma simples semana e já vejo nos céus, no momento da hidroginástica como da primeira vez, novo arco-íris desenhado no céu com tamanha nitidez como nunca havia visto. De ponta a ponta as cores eram perfeitas e mais acima outro arco-íris tentava se formar, menos nítido e mais rarefeito. Fui o primeiro a observar e chamar a atenção dos meus colegas com os quais eu me exercitava dentro d’água. Ficamos todos admirados com tamanha beleza pintada no céu, mas nenhum se lembrou de forma explícita da sabedoria de Deus, já que são tão tagarelas durante os exercícios. Eu também não manifestei nenhuma alusão ao Criador, fiz apenas chamar a atenção deles para o fenômeno que aparecia no céu.
Mas, ninguém sabia o que ia por dentro da minha mente, nos meus pensamentos. Lembrei logo do contrato que Deus havia me proposto para ser um instrumento da Sua vontade através de um arco-íris que se projetava sobre o meu apartamento. Aceitei de imediato esse contrato, e agora, ao ver este novo arco-íris, tão belo e tão imponente, junto a outro de menor nitidez, imaginei logo que era o registro que o Pai providenciava no céu, da minha intenção com a dEle. Era um documento acessível aos meus sentidos e de quem pudesse testemunhar, com a assinatura bem visível dEle, e a minha menos nítida, mais rarefeita, como era de se esperar.
O Pai registra assim o nosso contrato e faz-me lembrar de que estou em Cristo e assim sendo sou uma criatura nova. O que é velho passou e um mundo novo nasceu. Devo viver no Amor e isso significa perdoar, viver reconciliado, principalmente comigo mesmo, perdoando os meus inúmeros pecados do passado e também daqueles que ainda continuam sendo praticados devido a minha fraqueza espiritual. Essa reconciliação com a minha alma e com todos ao meu redor, deve constituir a primavera da alma, uma estação que deve sempre perdurar. É uma forma do Pai dizer que entende minhas fraquezas, mas que está disposto a colocar sobre meus ombros toda a tarefa que eu posso lutar para realizar.
Como eu poderia dizer aos meus colegas tudo isso que passava em minha mente? Esse contrato não deve ficar somente entre mim e Deus? Será que eu deveria ter dito aos meus colegas toda essa argumentação que flui em minha consciência? Mas, assim dizendo com a convicção que experimento, não estaria deixando os colegas preocupados com a minha sanidade mental? Eu já não deixo tudo isso publicado neste diário e que pode ser acessado a qualquer momento, por qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo? Não é este o meu compromisso com o Pai e que está incluído neste contrato que agora Ele lembra no céu? Ou Ele quer que eu atue também a partir deste momento como um profeta, dizendo com clareza o que Ele quer de mim ao explicitar ao meu redor os motivos do meu comportamento ao realizar Sua vontade?
Todas essas elucubrações passando por minha mente mostram que ainda não estou sabendo com clareza o que Deus quer de mim. Isso reflete a pequenez da minha inteligência, mas com o pouco de sabedoria que até o momento Ele me dotou, permite que eu tenha a paciência de esperar os momentos oportunos e que minha consciência aponta como sendo necessária a realização de tal ação que compreendo ser a vontade dEle. Tenho que prestar muita atenção a gula e a preguiça, esses dois adversários internos que associados aos interesses do corpo prejudicam os interesses do espírito.
Mas, compreendi o registro do meu contrato com Deus e espero que suja na minha consciência a forma de agir de acordo, e espero estar sempre a altura dos desafios, mesmo sabendo que existe a cláusula do Amor e que permite o perdão em qualquer ocasião, tanto para mim como para os demais.