No contexto do planeta Terra em que vivemos, quando adquirimos a compreensão do mundo espiritual e das leis da evolução nas duas dimensões, material e espiritual, observamos que estamos inseridos num caldo de relacionamentos onde cada um ensina e aprende, simultaneamente, com tudo e com todos.
Mesmo que eu tenha uma compreensão bem elaborada de que sou filho de Deus, do Criador, e que tenho a responsabilidade de fazer a Sua vontade, uma espécie de contrato aceito por mim, criatura, e Ele, Criador, mesmo assim isso não retira de mim a responsabilidade de ensinar e aprender a todo instante. Pelo contrário, essa responsabilidade aumenta.
Ontem durante o estudo espiritual que faço com os colegas sempre nas terças feira, estudamos sobre as condições do espírito errante passar informações para um espírito encarnado e este retransmitir para as pessoas que não tem essa condição de receber essas mensagens. Vi a complexidade do aparelho mental no registro e sensibilização dessas informações.
Compreendi que o conjunto de informações que eu possuo é ainda muito pequeno, e que os espíritos superiores têm dificuldades de passar suas ideias mais elaboradas dentro de um aparelho mental simplório como o meu.
Interessante, que nesta reflexão tenha surgido a palavra “simplório” dirigida a mim e eu não tenha reagido a ela com frustração, como antes acontecia. Isso significa que a compreensão humilde das minhas fragilidades, mesmo que sejam cognitivas e das quais tenho tanto respeito, deixam um conforto em minha alma, pois entende que não sou perfeito, que ainda sou um ser simplório, mas que estou muito interessado em compreender todos os aspectos da vida e evoluir no campo mental com a velocidade que minhas “pernas” puderem alcançar.
Vejo que o trabalho em vencer minha ignorância é imenso e que o tempo é muito curto. Vejo também que não posso investir toda minha força e tempo apenas na aprendizagem teórica; devo investir, principalmente, no trabalho prático, de ensinar aos meus irmãos o que já aprendi. Tenho diversos campos de aprendizagem e uma só existência material é insuficiente para esse aprendizado geral. Sei que hoje o foco de meu aprendizado é sobre o Amor Incondicional e sua aplicação prática nos relacionamentos, principalmente nos relacionamentos íntimos, que servem para a construção das famílias. Sei que hoje estou na condição de homem exercendo na prática o Amor Incondicional e construindo uma família ampliada que serve de protótipo para a família universal. Sei que esta é a base para a construção do Reino de Deus e que devo ensinar aos meus irmãos com detalhes e paciência como isso pode ser feito, resistindo à pressão dos sentimentos egoístas do ciúme, exclusivismo, raiva e intolerância que tendem é desarmonia. Sinto que estou bem encaminhado nesta tarefa, pois a família ampliada passa a existir na prática ao meu redor, mesmo que ainda carregada de medos e preconceitos.
Agora, todo esse empenho que faço na condição masculina, e que considero à contento com relação ao cumprimento harmônico dessa lei de Deus, será que terei o mesmo desempenho se estiver encarnado na condição feminina? Essa resposta eu jamais terei encarnado nesta condição masculina, por mais que eu seja empático com minhas companheiras e tente sentir o que elas sentem. Eu não fui formado pelas leis do Criador com os atributos femininos que elas possuem e por esse motivo são tão determinadas em objetivos diferentes dos meus. Eu preciso cumprir outra existência, vindo o meu espírito encarnar um corpo feminino. Aí sim, eu deverei sentir no psiquismo toda a pressão dos instintos femininos e a minha alma terá a oportunidade, nessa situação, de se comportar sintonizada com a lei do Amor Incondicional.
Talvez eu já tenha passado por essa experiência feminina, e agora estou na experiência masculina, talvez seja essa a explicação pela qual eu tenha tanta facilidade em entender as dificuldades da mulher, de tolerar as suas intolerâncias, medos, ciúmes e exclusivismo. Espero que ao chegar ao campo espiritual eu possa checar todo esse aprendizado e que se for determinado pelo Pai minha volta para a Terra, que eu venha na condição mais de professor que de aluno.