Hoje foi mais um dia de ir para a hidroginástica. Ao caminhar pelo calçadão, observei à minha direita nas nuvens sobre o nascente, uma imagem azul escura desenhada pelo clarão do sol ao redor, que parecia dois dedos de uma mão. Era uma imagem sui generis, não me lembro de ter visto algo semelhante no céu. Talvez porque agora estou muito atento, como antes eu não estava. Agora eu procuro ver sinais de comunicação de Deus para comigo. Esses dois dedos como se fizessem parte de uma mão oculta, eu interpretei logo que seria uma advertência, uma admoestação do Pai para comigo. Ele estava me dizendo que eu não poderia ficar me aproveitando do fato de saber que eu sou cheio de defeitos, principalmente a gula e a preguiça, para fazer corpo mole porque sei da capacidade de perdão dEle. O contrato que Ele acabara de fazer comigo implicava no meu esforço para vencer os meus adversários e não ficar hipnotizado por eles e não fazer ou mesmo não tentar fazer o que é necessário. Ele diz ainda que estar me abastecendo constantemente com ideias e com pessoas para que eu coloque em prática a Sua vontade.
Estava absorto com esses pensamentos quando uma senhora que caminhava em sentido contrário cruzou comigo e fez a observação, vendo que eu estava com a atenção fixa na imagem desenhada no céu – Que estranho essa figura, não é? Nunca eu tinha visto isso. – Concordei com ela e disse que parecia com uma mão. Não ressaltei a figura mais evidente dos dois dedos que pareciam me admoestar.
Continuei a caminhar e a observar a figura que o vento estava a transformar. Vi logo surgir entre os “dois dedos” outra excrescência que pareceu uma cabeça e os dois dedos agora eram duas asas. Um anjo pensei eu, certamente é uma comunicação do Pai para comigo, e assim pensei que os pensamentos que eu tinha quanto as admoestações dos dois dedos eram válidos. Devia me preocupar com isso e ser mais laborioso naquilo que eu concordei e assinei um contrato.
Finalmente, já próximo do local da hidroginástica, surgiram mais duas excrescências na figura e passou a ter a aparência de uma mão, com os cinco dedos abertos, numa postura de bênção. Entendi que seria a mão do Pai, satisfeito por eu ter entendido a mensagem e agora dava a Sua bênção. Antes de encontrar com os colegas da hidroginástica, a imagem no céu se dissipou.
Sei que existem explicações científicas para todos esses fenômenos, tanto para os arco-íris dos dias anteriores, como para essa figura no céu. Mas agora eu tenho outra ferramenta de análise dos fatos que extrapola os limites da ciência, são os argumentos lógicos que a fé raciocinada me proporciona. Claro que esta é uma dimensão que não posso argumentar com nenhum materialista cuja base de raciocínio se estrutura nos limites da ciência. Estou caminhando em outra dimensão com tanta convicção que os materialistas podem identificar em mim esse comportamento como sinais de insanidade.
Mas eu não tenho saída cognitiva, a minha mente aceita como correta todos os ensinamentos dados pelos espíritos, não encontro na minha razão nenhuma incoerência que derrube esses paradigmas que construí. Seria uma covardia da minha parte, fugir de um raciocínio que eu considero correto, porque a maioria pensa diferente.
Continuarei a seguir esse caminho de sintonia cada vez mais profunda com o Criador, mesmo que isso me afaste dos limites rígidos da ciência materialista, mas não deixarei de usar os mesmos princípios científicos para testar minhas hipóteses. Mas na condição da ciência não ter meios de avaliar uma suposição, não é por causa disso que irei de antemão desconsiderar ou declarar a sua inexistência.
Peço ao Pai apenas um pouco de sabedoria para que eu consiga discernir o certo do errado para que eu não entre em desvios da minha meta por ignorância.