A evolução humana está sempre acontecendo em função de ideias que surgem e que se mostram melhores que as anteriores. Como a nossa natureza tem origem animal, vivemos a evolução biológica ao lado de todos os seres vivos da Natureza. Isso implica dizer que somos portadores de todos os instintos animais criados pelo Senhor para garantir a sobrevivência em qualquer meio, por mais hostil que ele seja. Essa constante luta pela sobrevivência vai aperfeiçoando os corpos a partir do aperfeiçoamento dos membros e órgãos em destaque no caminho da evolução que cada um escolheu ou teve a oportunidade de seguir.
O cérebro é o órgão que nós humanos escolhemos (ou melhor, a Natureza definiu) como prioridade na nossa evolução. É a complexidade dos neurônios em quantidade e qualidade que processam informações com uma competência maior que o melhor dos computadores, que vão dar capacidade de fazermos diagnósticos do mundo, mais próximo da verdade, e usarmos o livre arbítrio associado à vontade do Criador, ultrapassando assim as limitações impostas pelos instintos de sobrevivência individual e corporal.
Podemos entender que o mundo material é apenas um reflexo do mundo espiritual, uma escola onde devemos aprender a conviver com um corpo falível e temporário, que serve de instrumento escolar para o espírito, assim como o caderno e o livro servem de instrumento de aprendizagem para o estudante.
Jesus procurou nos ensinar uma grande ideia, ensinar sobre o Amor e a forma de aplica-lo em nossos relacionamentos como base para a construção de uma sociedade justa e fraterna, do Reino de Deus.
Verificamos que as grandes ideias nunca são colocadas de súbito. As que se assentam sobre a Verdade sempre tem precursores que lhe preparam os caminhos. Depois, em chegando o tempo, Deus envia um homem ou mulher com a missão de resumir, coordenar e completar os elementos esparsos, de reuni-los em corpo de doutrina. Desse modo, não surgindo bruscamente, a ideia, ao aparecer, encontra espíritos dispostos a aceitá-la. Foi isso que aconteceu com a ideia cristã, que foi pressentida muitos séculos antes de Jesus e dos essênios, tendo por principais percussores Sócrates e Platão.
Sócrates, como o Cristo, nada escreveu, nenhum escrito deixou. Como Cristo teve a morte dos criminosos, vítima do fanatismo, por haver atacado as crenças que encontrara e colocado a virtude real acima da hipocrisia e do simulacro das formas; por haver combatido os preconceitos religiosos. Do mesmo modo que Jesus, a quem os fariseus acusavam de estar corrompendo o povo com os ensinamentos que lhe ministrava, também ele foi acusado, pelos fariseus do seu tempo, por proclamar ser filho de Deus, falar da imortalidade da alma e da vida futura após a morte do corpo físico. Assim como a doutrina de Jesus só a conhecemos pelo que escreveram seus discípulos, da de Sócrates só temos conhecimento pelos escritos de seu discípulo Platão.
O homem tem chegado a um ponto em que a luz emerge por si mesma de sob o alqueire. Já está maduro bastante para encará-la de frente, e tanto pior para os que não ousem abrir os olhos. Chega o tempo de se considerarem as coisas de modo amplo e elevado, não mais do ponto de vista mesquinho e acanhado dos interesses de seitas e castas, como é o caso da família nuclear associada ao amor romântico e todos os seus traços egoístas, como o ciúme, exclusivismo, possessão, como base da sociedade perversa e violenta que vivemos.
A grande ideia do Reino de Deus já possui os precursores suficientes para ela ser colocada em prática. Basta colocar em prática a grande ideia do Amor Incondicional, sem nenhum tipo de contaminação.