Parece ser uma ação positiva, aceita e incentivada por todos, o aconselhamento da Verdade. No entanto, a Verdade pode ir de encontro a diversos interesses, preconceitos ou mesmo a plena ignorância, e dessa forma ser atacada com violência e até com desenlace fatal, como aconteceu com Sócrates e Jesus.
Ninguém pode se salvar se for opor-se com franqueza a qualquer povo ou comunidade no sentido de impedir muitos atos contrários à Lei do Amor Incondicional. Foi isso que Jesus fez e por isso sofreu. Parece não haver outro jeito. Quem combate honestamente pela Verdade, se quer ser salvo por algum tempo, deve viver a vida privada, nunca interferir com a vida pública.
Acontece que não é bem assim que devemos proceder. O próprio Mestre já nos advertia que não podíamos deixar a luz debaixo da mesa, do alqueire, e a quem muito é dado a muito será cobrado. Tudo isso sinaliza para que, a Verdade que venhamos perceber não fique restrita, deve ser ampliada pela comunidade. Somente dessa forma o Reino de Deus pode ser construído, mesmo que traga em si o sangue dos pioneiros.
O caminho será aplicar na vida privada a Verdade reconhecida. Se o Amor Incondicional é compreendido e reconhecido como a principal lei que cria, rege e administra a realidade universal, então devo aplica-lo na minha vida privada e defende-lo nas relações públicas.
Por isso já posso dar grandes provas, não somente palavras, mas o que já consigo aplicar obedecendo a Lei do Amor em detrimento de todos os preconceitos e moral contrária que prevalecem ao meu redor. Devo contar o que me aconteceu e continua acontecendo, e essa é a finalidade deste diário. É a minha “luz” colocada sobre a mesa.
Sinto que para obedecer à Lei do Amor essas informações sobre meus atos na vida privada e pública, devem ser publicadas com a maior amplitude possível, para ver se alguém coloca argumentos contrários, mais verdadeiros que os meus, e assim eu possa corrigir desvios nos quais eu tenha entrado.
Procuro a ninguém dar um amor exclusivo, pois isso foge da incondicionalidade do Amor verdadeiro. Se as pessoas que se relacionam comigo procuram um amor exclusivo, logo ficam sabendo que não irão encontrar ele comigo. Não é o romantismo, a paixão, ou qualquer força efêmera que irá me tirar do foco do eterno, do mais importante. Essa é a minha verdade que procuro sempre sintonizar com a Verdade real, e nunca com a verdade de quem comigo queira se relacionar, inclusive intimamente.
Por enquanto a minha pena é de morar sozinho. Não cheguei ainda ao ponto de ser crucificado ou beber cicuta, como aconteceu com Jesus e Sócrates, respectivamente. Mas sei que estou em risco. O aconselhamento da Verdade é uma atitude de perigo na sociedade em que ainda vivemos. Sofro retaliações sutis ou exageradas a todo momento, por aquelas pessoas que vivem ao meu lado, mesmo sabendo quem sou, o que penso e o que faço, ainda se ressentem de algo que imaginam eu deva fazer como obrigação legal ou moral. A liberdade de ir ou vir, para qualquer lugar, com quem quer que seja, é uma imposição do Amor Incondicional. Todas as minhas relações se estabeleceram nessa base, por eu ter essa liberdade de ir e vir, e agora ninguém pode por motivos secundários, querer anular essa característica importante do Amor. Mesmo que o argumento seja forte, como o de cuidar de um filho gerado, mas a mãe sabia qual era o pai que estava escolhendo para seu filho, que não iria ter esse cuidado integral como todas esperam ter, pela própria pressão instintiva da maternidade. Geralmente é daí que partem as retaliações mais fortes, geralmente no abuso dos meus recursos materiais, extrapolando a lógica e a coerência daquilo que eu já faço obedecendo a legalidade e as necessidades. Sou criticado, isolado, excluído e até levado aos pés da justiça.
Por tudo isso o aconselhamento da Verdade apoiado no comportamento prático, traz no seu bojo esses prejuízos materiais e emocionais constantes e só o que me conforta é eu sentir que estou obedecendo com honestidade a Lei do Amor.