Paulo dispara nos meus conceitos como o apóstolo mais importante na semeadura das lições do Cristo e preparação para o Reino de Deus.
Ele diz que não anuncia o Evangelho de sua iniciativa, que o faz independente de sua vontade, que é uma missão que lhe foi imposta. Então ele passa a descrever sua metodologia. Disse que mesmo livre da sujeição de qualquer pessoa, ele se faz servo de todos para ganhar o maior número possível para a causa do Cristo. Para os judeus, se faz de judeu, a fim de ganhar os judeus; para os fora-da-lei se fez como se não tivesse lei, mesmo estando sob a lei de Deus, e portanto, sob a lei do Cristo, a fim de ganhar os que não tem lei. Se fez de fracos com os fracos a fim de ganhar os fracos. Fez-se de tudo para todos a fim de salvar a todos. E tudo isso fazia por causa do Evangelho, para dele se fazer participante.
Estou num processo de reconhecer a prioridade dos ensinamentos do Cristo na minha vida, de entender que o principal aspecto evolutivo é aquele que privilegia os aspectos espirituais em detrimento das necessidades egoístas da matéria. Dentro desse processo, reconheci o Amor Incondicional como a ferramenta necessária para a construção de todos os meus relacionamentos e isso implicou em detonar a prioridade do amor romântico e suas consequências, de exclusivismo, possessividade, etc. que caracteriza a família nuclear.
Comparado com Paulo estou indo numa estrada paralela, apesar de ambos defendermos os ensinamentos do Cristo. Paulo priorizou a divulgação do Evangelho por várias cidades, até mesmo assumindo uma atitude camaleônica nesse labor. Eu estou priorizando a aplicação do ensinamento cristão e quebrando com firmeza preconceitos anteriores arraigados tanto dentro da minha cabeça como na cultura ao meu redor. Apesar de modesto e de não fazer apologia deste meu comportamento, não procuro ter a atitude camaleônica de Paulo, de parecer ser o que não sou. Mesmo contra os meus interesses instintivos ou contra as perspectivas culturais, procuro mostrar com clareza a quem se aproxima de mim, como funciona a minha mente e em qual base isto ocorre.
Mesmo com atitudes diferentes quanto ao modo de agir, entendo que estou trabalhando lado a lado com Paulo na questão do servir. A implicação da prática ou do ensinamento do Evangelho, exigem que o discípulo seja um servidor daquele próximo que necessita. Tenho que me espelhar em Paulo na sua determinação de servir ao Cristo, e consequentemente à vontade de Deus, na conquista de qualquer tipo de pessoa que tivesse disposto a ouvi-lo. A minha determinação de construir o Reino de Deus aplicando nas minhas relações o Amor Incondicional, também coloca como a prioridade no bem estar ao próximo, qualquer que seja ele, mesmo que eu sinta ainda as influências diretivas dos instintos biológicos. Por uma questão de justiça, que está intrinsecamente associada ao Amor Incondicional, não posso deixar de servir ao próximo quando os instrumentos e circunstâncias estão ao meu dispor. Ainda me atrapalha em assumir a condição de ser servo são os meus defeitos inatos, como inibição, medo, orgulho, vaidade, que deixam passar oportunidades de me aproximar de quem eu vejo necessidade de ser servido.