Ao ter entrado no caminho do Amor Incondicional, seguindo as lições do Mestre Jesus, que diz ser o Caminho, a Verdade e a Vida, passei a ter a convicção de que estava certo em mudar todos os meus paradigmas relacionais para ser fiel à essência dessas lições. Por causa disso sou criticado e condenado por muitas pessoas, principalmente as mulheres que se relacionam comigo numa base mais íntima. Chegam dizer que estou totalmente equivocado na minha forma de interpretar as lições de Jesus, que não enxergo a Verdade que Ele queria transmitir, que construo apenas a verdade que interessa aos meus instintos animais. Posso estar errado? Sim, posso estar errado! Mas, avaliemos...
Então, o que o Cristo considera como Verdade? Qual o gênero de Verdade que Ele propõe aos homens, que Ele se esforça para comunicar-lhes, não como uma verdade teórica e indiferente, mas como uma Verdade essencial, a única capaz de nos fazer construir o Reino dos Céus? Essa forma de Verdade é o que abrange o movimento do cristianismo que se arrasta há 2000 anos, o que se fala, o que se diz, o que se tenta ensinar nos dias de hoje, por intérpretes do pensamento de Jesus, mesmo que na prática muito se distancie dEle. São criadas muitas espécies de verdades, muitas maneiras de ser verdadeiro ou falso. Isso implica na esquiva da essência da Verdade do Cristo, baseado no Amor Incondicional.
As diversas estruturas sociais, os condicionamentos culturais, as relações afetivas, são todas contaminadas de diversas maneiras. Dessas a mais importante é o romantismo, pois com ele se constrói os núcleos familiares que se constitui na célula básica da sociedade. A essência da Verdade fica apenas como vitrine para um comportamento que na prática é realizado de forma enviesada.
A própria igreja católica que se considera a guardiã dos ensinamentos cristãos, não consegue perceber essa incoerência do amor romântico e respalda com todo vigor a forma de construção das famílias baseadas no amor romântico. O “Amar ao próximo como a si mesmo”, pilar fundamental da Lei de Deus, segundo Jesus afirmou, jamais consegue ultrapassar os interesses familiares de tudo querer de melhor para os parentes, e para os outros, mesmo que próximos, que sejam prejudicados em benefício dos “meus”.
Muitos chegam a colocar o amor materno como sinônimo de Amor Incondicional... não pode haver erro mais crasso! Se a mãe ama com tal profundidade o seu filho é porque existe o condicionamento biológico dele ser o seu filho. Está mais do que claro! Então não é Amor Incondicional, é amor ao seu filho que pode fazer tudo por ele, inclusive roubar os direitos do próximo.
Quando procurei elucidar sistematicamente o conceito de Amor Incondicional ensinado por Jesus e exemplificado no “Amar ao próximo como a mim mesmo”, verifiquei que o meu próximo é aquele que naquele momento se relaciona comigo, não pode ser diferente. O filho, por mais amado que seja por mim, se está distante, não está próximo! Então, o estranho que agora está próximo de mim é a quem eu devo amar como se fosse a mim mesmo, não deverei fazer nada a ele que não queira para mim. Se eu não quero ser prejudicado por ninguém que pretende assim beneficiar os seus parentes, então fica claro que eu não posso fazer o mesmo por esse próximo que agora está junto de mim.
Caso o próximo deseje ou necessite do meu afeto, e eu tenho condições de oferecer na dimensão do que ele precisa; se eu quero obedecer a Lei do Cristo, (amar ao próximo como a mim mesmo), então devo oferecer esse afeto, independente de qualquer tipo de rejeição externa que possa acontecer. A minha relação é com o próximo; a minha obediência é para a Lei de Deus.
Esta é a Verdade que consegui compreender dos ensinamentos do Cristo, usando todos os critérios da metodologia da ciência constantes em minha consciência. Eu poderia me esquivar dessa conclusão só porque todos ao meu lado pensam de forma diferente? Será que todos fizeram esse exame de consciência ao refletir sobre os ensinamentos de Jesus? Ou todos estão acomodados com os benefícios que a distorção da Verdade traz e que deixa uma multidão de pessoas desamparadas e prejudicadas?
Bom, tentei explicar a natureza da minha verdade apoiada por minhas cognições, nos ensinamentos do Cristo. Caso alguém coloque outra interpretação mais coerente que essa que acabei de mostrar, prometo que irei modificar os meus paradigmas e corrigir os meus erros. Mas enquanto isso não acontece, sou obrigado pela justiça e honradez a me comportar dentro da Verdade real como a minha consciência identificou.