Ontem durante a discussão com os alunos do curso Medicina, Saúde e Espiritualidade, eu fiquei tentado a dizer que os alunos que não conseguiram abordar os pacientes foram dominados pelos sentimentos materialistas de defesa do Ego. Eles justificaram porque era um momento inconveniente, o horário da janta, que iriam ser inconvenientes, que tinham pessoas com roupas mínimas, que não gostariam de ser entrevistados nessas circunstâncias se fossem eles que tivessem internados.
Acontece que hoje aconteceu comigo o mesmo que aconteceu com os alunos. Foi no horário da reunião da AMA-PM, às 19h. Cheguei mais cedo no local da reunião e percebi que havia esquecido a pasta contendo as apostas da mega-sena comunitária. Como meu apartamento é perto do local da reunião, resolvi ir mesmo a pé. No caminho encontrei duas garotas de programa e que pediram dinheiro. Não achei conveniente dar dinheiro para ela no meio da rua, teria que tirar fora a carteira e o local não é propício para isso. Disse a elas que não era possível naquele momento e segui em frente.
Ao chegar no apartamento notei que a pasta esquecida estava bem visível, não sei como eu ignorei e saí com ela. Logo pensei, como sempre faço quando acontece comigo algo insólito, que é a mão de Deus me direcionando para algum lugar. Então pensei logo nas prostitutas. Certamente Ele queria que eu fizesse um contato fraterno e as convidasse para a reunião. Saí assim determinado. Elas sempre ficam no ponto de uma esquina, local que eu teria de passar quando voltasse para a reunião. Tirei logo o dinheiro que elas pediram e deixei fácil. Porem ao descer do apartamento percebi que elas estavam na outra esquina, eu teria que desviar do meu caminho para ir ao encontro delas. Fiquei logo a pensar na inconveniência de alguém me ver indo na direção das prostitutas, tirar dinheiro para dar para elas, tinha mais de uma e se as outras quisessem também, se achassem ridícula a proposta de irem a uma reunião comunitária e deixarem de ganhar o seu dinheiro. Com todas essa considerações não fiz o desvio necessário e fui de volta para a reunião.
Fiquei a pensar no caminho e fiz logo associação com o que acontecera com os alunos e que eu como professor estava ali justamente para ensinar como evitar esses bloqueios materialistas associados aos nossos instintos e condicionamentos. Percebi que eu não estou tão distante das dificuldades do alunado, apesar das minhas aquisições intelectuais serem superiores. Conclui que a minha falha foi muito maior do que a falha dos alunos que não conseguiram entrevistar os pacientes. No caso deles estavam fazendo essa atividade pela primeira vez orientado por um professor como tantos outros. No meu caso, eu já tenho experiência e estava sendo orientado pelo próprio Criador do universo.
Tudo isso mostra o quanto necessito corrigir minhas falhas, meus condicionamentos. Os alunos deixaram de ter uma experiência que iria ajuda-los nos relacionamentos os mais diversos, principalmente os profissionais. Eu deixei de avançar na organização da comunidade, trazendo para dentro um segmento tão cheio de preconceitos, muito mais do que aqueles que usam drogas.
Tenho comigo ainda fortes bloqueios materialistas!