A Metafísica, termo de origem grega, significa: depois de, além de; é uma das disciplinas fundamentais da filosofia. Os sistemas metafísicos, em sua forma clássica, tratam dos problemas centrais da filosofia teórica. São tentativas de descrever os fundamentos, as condições, as leis, a estrutura básica, as causas ou princípios, bem como o sentido e a finalidade da realidade como um todo ou dos seres em geral.
Um ramo central da metafísica é a ontologia, a investigação sobre as categorias básicas do ser e como elas se relacionam umas com as outras. Outro ramo central da metafísica é a cosmologia, o estudo da totalidade de todos os fenômenos no universo.
São procuradas as respostas de questões fundamentais da filosofia, tais como: há um sentido último para a existência do mundo? A organização do mundo é necessariamente essa com que nos deparamos? Seriam possíveis outros mundos? Existe um Deus? Se existe, como podemos conhecê-Lo? Existe algo como um espírito? Há uma diferença fundamental entre mente e matéria? Os seres humanos são dotados de almas imortais? São dotados de livre arbítrio? Tudo está em permanente mudança, ou há coisas e relações que, a despeito de todas as mudanças aparentes, permanecem sempre idênticas?
Observo que essas perguntas feitas por Aristóteles na metafísica, são diretrizes para ajustar o pensamento em busca de respostas coerentes com a verdade. Fica claro que, partimos de um nível zero, de ignorância total, para a verdade plena, incontestável. Neste longo caminhar ainda estamos tateando pelo início, sem o domínio mais consistente da Natureza ao nosso redor. Uma prova disso é que o mundo espiritual somente agora foi descoberto e codificado como uma das forças constituintes da Natureza e mesmo assim a maioria não tem conhecimento e outros o negam com veemência.
O que diferencia a metafísica dos outros estudos de caráter científico é que a metafísica considera o inteiro do ser enquanto as ciências particulares estudam apenas as partes específicas do ser. Dessa forma a metafísica nunca será uma estratégia completa de estudo, pois o nosso grau de ignorância nunca nos deixará de posse de todos os componentes da Natureza para que possamos ter uma visão completa. Isso ainda é prejudicado pelas questões dos preconceitos que não aceitam uma realidade quando descoberta, pois geralmente vai de encontro ao pensamento já estabelecido.
A metafísica distingue-se das ciências particulares por conta do objeto a respeito do qual está preocupada, que é o ser total. Não pode comportar dentro dela nenhum tipo de preconceito que negue a realidade. Também devemos lembrar que existem diferenças entre os métodos das ciências particulares e os métodos da metafísica. A ciência aplica o método sobre determinado aspecto da Natureza já bem conhecido, com o objetivo de alcançar mais conhecimento a esse respeito, de forma dedutiva ou indutiva, sempre usando os sentidos ou com o uso de aparelhos que amplifiquem o potencial de percepção de efeitos ou ações. Portanto, a ciência atua sobre o que já é conhecido em busca do desconhecido. Levando em consideração que o mundo desconhecido é muito maior que o mundo conhecido, a ciência vai apresentar sérias limitações sobre as considerações da realidade que não impressionam os sentidos ou nossos artefatos tecnológicos.
Tudo isso implica dizer que a metafísica, com sua exigência holística, nunca será usada para o estudo da realidade dentro do nosso arcabouço consciencial, pois nunca iremos dominar toda a realidade do mundo ao nosso redor e alhures. Mas podemos usar a metafísica que está ao nosso alcance, incorporando toda a realidade que o nosso psiquismo alcança, mesmo sabendo que ela não é completa.
Por exemplo, com a codificação do mundo espiritual feita pelos próprios espíritos e divulgado com o labor metodológico de Allan Kardec, esta parte da realidade passou a ser incluída em nosso arcabouço consciencial. Devo usá-lo obrigatoriamente se quero manter o meu pensamento dentro da trilha da metafísica.
Aquelas pessoas que não aceitam a introdução dessa realidade no seu arcabouço consciencial, jamais poderão dizer que desenvolvem a metafísica em seus métodos de estudo. A metafísica não admite preconceitos que anulem qualquer aspecto da realidade! O máximo que poderíamos fazer com essas pessoas que não aceitam a implicação transcendental da metafísica, da supersensibilidade, mas querem fazer a abordagem do mundo com tudo que seus sentidos conseguem captar, é dizer que elas praticam uma metafísica sensível, uma metafísica materialista.