Iniciei este dia importante com altos e baixos. Acordei cedo e me preparei devidamente para participar do I ENCONTRO DE AA PARA PROFISSIONAIS onde eu iria fazer a abertura e coordenar a mesa de perguntas e respostas. Pensava fazer jejum total no dia de hoje, mas achei descortesia não participar do café da manhã que os integrantes do grupo fizeram com tanto carinho para os participantes. Mesmo assim procurei comer o mínimo possível. Durante o evento veio à minha mente duas ideias que procurarei desenvolver. A primeira é colaborar com o meu amigo S. para montar um curso de Espiritualidade na Faculdade que ele ensina, que tenha o formato do curso que eu coordeno na UFRN, mas que tenha fortes elementos da literatura e dos passos de Alcoólicos Anônimos. A segunda é montar um seminário com religiosos de todas as tendências para construirmos uma atividade de um dia, em todos os bairros, de repreender os espíritos ignorantes, encarnados e desencarnados, que promovem, mantém e sustentam a violência em todos os bairros da cidade, como São Francisco de Assis fez.
Ao sair do evento fui direto para o consultório, mas no caminho passei num restaurante familiar, Casa de Mãe, e como tinha tempo suficiente resolvi entrar. Devo confessar que eu vinha o caminho todo, do local do evento ao local do consultório, com o pensamento sempre ligado nos diversos restaurantes que tinha pela passagem e que eu podia entrar. Resisti ao passar pelo Mangai, pelo Oriente, pelo Xangai... porém ao passar na Casa de Mãe, fui vencido pela gula. Sabia que iria exagerar na alimentação, como aconteceu. Ainda por cima comprei sorvetes para abastecer a geladeira.
Este início da primavera poderia ser melhor, poderia anunciar a vitória do meu Espírito versus o Corpo Físico. Mas o que acontece realmente é a vitória da gula, do Corpo Físico, quase que diariamente. Mas persistirei nessa luta.
A dupla de defeitos que reside em mim, a gula e a preguiça, são dois adversários formidáveis. A grande vantagem que tenho é que eles já foram desmascarados por mim, eu já sei que eles residem em mim e conseguem direcionar minhas ações para longe daquilo que considero correto fazer. Isso compromete minha própria evolução. Sei que poderia estar bem avançado em todos os aspectos, se eu conseguisse imprimir o comportamento necessário.
Poderia aproveitar esse início de primavera e colocar como base para a conquista da minha vontade pelo espírito. Deixar de ficar submetido aos desejos do corpo na maioria das vezes. Mas parece que o próprio corpo usa a mente para boicotar projetos como esse, pois mesmo eu fazendo essas considerações e concluindo que é uma boa estratégia para o enfrentamento de meus adversários, mesmo assim não encontro a motivação para coloca isso em prática com a determinação necessária. Talvez esse seja o segredo. Meu corpo acionado pelos desejos opera o cérebro para construir pensamentos favoráveis a ele. Desconsidera qualquer projeto do Espírito, mesmo que cognitivamente eu faça o diagnóstico da maior responsabilidade em realizar os interesses do espirito que os desejos da carne.
Mesmo sem essa motivação que considero necessária, eu irei pensar quando possível que estou iniciando uma nova primavera e que o espírito merece ter suas vitórias daqui para a frente.