O foco da terapia que envolve a reunião está situado nesta semana nas famílias nucleares DNAE e CCSC. Nesta última a adolescente S apresenta a maior dificuldade, como isolamento no ambiente escolar, suspeita de bullying, e sérios prejuízos nas relações extra escola. Na primeira reunião ela não conseguiu emitir nenhuma palavra, mas nesta reunião ela já conseguiu emitir sua opinião, apesar de ter desviado o assunto sem muita coerência para os problemas que ela atravessa na escola com descompensação emocional e choro fazendo-a sair antecipadamente da reunião.
No segundo núcleo familiar o problema continua centrado na infidelidade de D e na fiscalização constante, obsessiva da esposa, N. Apesar de tudo, se observa uma melhora em N, ela consegue superar melhor suas emoções, não entra em crise facilmente como acontecia antes. Na conversa particular com ela observo que existe um planejamento de separação a longo prazo em sua mente, mas contaminado pelo sentimento de raiva e de vingança. Diz que vai se esforçar para deixar de amar o marido e que ele vai sofrer no futuro como ela está sofrendo hoje. Explico a ela essa falha no procedimento que ela quer realizar. É positiva a intenção dela se preparar para a separação conjugal definitiva, tanto no campo emocional como no financeiro. Mas não deve nutrir esse sentimento de raiva e de vingança, de vê-lo sofrer tanto quanto ela está sofrendo agora. Explico que ela deve se esforçar para manter um sentimento de solidariedade, de fraternidade, de companheirismo com ele, mesmo que seja rompido a relação conjugal, a relação íntima, se ela não se sente capaz emocionalmente de fazer sexo com ele. Então ela confessa que isso não será possível, porque ele não aceita ser rejeitado sexualmente e toma atitudes de represália, não paga as contas que a lide doméstica exige. A deixa desamparada financeiramente até que ela se sujeite à situação aversiva, de fazer o sexo sem desejo. E mais ainda, reclama na intimidade quando ela sai sem comunicar antecipadamente para onde vai e a acusa de traição com outros homens. Mostro a ela que esse é um aspecto que ele não demonstra durante a reunião e deixa transparecer que ela tem a mesma liberdade que ele usufrui. Se realmente acontece assim, isso deve ser exposto na reunião, pois caso se confirme mostra que ele está caindo no pecado da hipocrisia, de dizer uma coisa em público e praticar outra em particular, o pecado mais condenado por Jesus. Mostro que ela tem que concentrar neste momento atual nestas duas ações: a primeira é evitar o policiamento na vida que ele quer levar longe de casa com amigos ou namoradas; o segundo é que deve concentrar na sua própria evolução, se libertando do apego que ainda é muito forte com relação ao marido e tentar equilibrar o relacionamento com base na justiça, e isso pode ser feito com a ajuda das reuniões semanais que estamos fazendo, com uma reflexão evangélica sobre nossos atos.
Até agora não foi possível o acesso ao terceiro núcleo familiar, o CSFS, cuja filha adolescente, 15 anos, está em alto risco de entrada nas drogas e o pai tem um perfil de alcoólico.
A próxima reunião ficou decidida que seria realizada na casa de outro núcleo familiar, AJ, casal que aparentemente seguem sem grandes problemas. Verei se os três núcleos familiares que apresentam problemas estarão presentes e como está sendo processado a evolução. Irei modificar um pouco o estilo da reunião. Se até agora eu estava seguindo um texto espiritual para aplicar as lições evangélicas na vida cotidiana de cada um, estou sentindo a necessidade de produzir um texto de minha autoria, mesmo que seja inspirado por algum outro texto espiritual. Mas trabalharei esse texto para ter um direcionamento para um dos problemas que estão em pauta com cópia para cada participante ficar com uma como forma de ter nas mãos os principais argumentos que nortearam a reunião.