O símbolo é uma forma de apreendermos com rapidez alguns conteúdos que consideramos importantes. No processo de cura, do ponto de vista psicológico e espiritual, vejo a necessidade de ser feita a conexão constante do universal (Deus) com o particular (homem), do eterno (Espírito) com o fugaz (corpo), a descida do espírito para a carne e a ascensão do espírito para Deus.
Este símbolo usado por Stylianos Atteshlis, conhecido como Daskalos (professor, 1912-1995) que era um místico cristão, grego e curandeiro. Durante setenta anos ele ensinou as pessoas para sair do sono espiritual e estava pronto a ajudar e curar onde e quando fosse necessário. Ele montou o círculo de estudo “os pesquisadores da verdade” baseado na reflexão e na prática, o que serve de ótimo instrumento aos propósitos de cura.
O círculo representa a totalidade, a unicidade, a perfeição, a natureza eterna do nosso Eu Crístico, aquela centelha divina que Deus colocou dentro de nós ao nos construir. Lembra-nos de que tudo é Deus e de que em nossa natureza crística já estamos curados.
Os triângulos conjugados do hexagrama representam a alma porque ilustram os dois aspectos fundamentais dos ciclos da vida: por um lado a descida do espírito para a matéria, para aprender as lições do Amor Incondicional sob a pressão dos desejos carnais; e por outro lado, a ascensão do espírito que domesticou a matéria, a carne e os seus desejos inadequados, de volta para a essência de Deus.
A cruz representa a personalidade atual, figurativamente crucificada por suas limitações no mundo da forma (mesas, bebidas, cadeiras, velho, jovem, criança, recém-nascido, corpo sensual, doenças, diplomas, etc.). Aguarda cura e ressurreição.
São as reflexões evangélicas, as lições que Jesus deixou para nós, que servem de ferramenta para conhecermos toda essa realidade e evoluir na prática do amor incondicional. Por esse motivo a verdade é fundamental para que toda essa evolução aconteça e favoreça o progresso do nosso espírito. Se por ignorância estamos praticando qualquer tipo de mentira, isso somente beneficia temporariamente os desejos inadequados da carne, da matéria, do mundo das formas. A pessoa continua crucificada nesse aspecto de sua personalidade, usando a máscara falsa que ele criou para se disfarçar, e enquanto engana a todos ao redor, o mais prejudicado e enganado é ele próprio, pois continua preso em sua cruz na condição de um bom ou mau ladrão, como os companheiros do Cristo no Gólgota. Se é um mau ladrão, mau mentiroso, é porque com a mentira procura fazer o mau intencionalmente ao próximo; se é um bom ladrão é porque com a mentira procura evitar que o outro sofra por seu comportamento inadequado. O bom ladrão ainda tem um atenuante, pois mostra que tem uma alma boa e que pode se corrigir dos seus maus feitos, de suas mentiras; o mau ladrão ainda vai ter que se conscientizar do mau que está fazendo, e portanto está mais distante da cura, da ressurreição.
Foi por isso que Daskalos criou o círculo de estudo, “os pesquisadores da verdade” pois enquanto o homem estiver envolto em mentiras, não consegue o seu processo de ressurreição e de caminhar em direção a Deus.
Também podemos usar intencionalmente esse símbolo para descrever o processo de cura coletiva, dentro de uma grande família, de uma corporação, de um grupo de amigos. O importante é que não esqueçamos do fundamental, quer estejamos num processo de cura individual ou coletiva: não podemos deixar a mentira dominar nossas vidas e influenciar nossos relacionamentos. Lembremos sempre do que nos disse o Mestre Jesus: A Verdade vos libertará.