Na reunião do estudo espiritual de ontem, que realizo com meus colegas toda terça feira, foi aberto um espaço para que colocássemos em discussão aquilo que mais nos motivava nesta atividade. Cada um colocava suas experiências de caráter particular, mas com forte componente doméstico. Sei que nossa evolução espiritual passa pelo aprendizagem à nível familiar, em primeiro lugar. Porém, me parece que essa dificuldade doméstica não tem um reflexo direto na compreensão da evolução espiritual e as pessoas ficam no sofrimento ou na perplexidade do que está acontecendo sem fazer essa conexão. Também devo fazer uma autocrítica com estas observações, posso estar sendo excessivamente severo com a forma dos outros fazerem o seu caminho evolutivo, nada me garante que por trás desse sofrimento ou complexidade, exista uma boa conexão com a evolução espiritual e que não foi explicitada na discussão, pelo menos ao nível de minha compreensão. Mesmo porque existem pessoas com um bom nível de compreensão, tanto técnica quanto espiritual, inclusive um que foi meu professor na graduação. Portanto essa impressão que tenho de que somente eu estou trilhando um caminho espiritual com mais objetividade, tenho que me conter mais.
Fiquei a maior parte da reunião apenas ouvindo, mas fui provocado por um amigo a colocar também minha opinião. Disse que estava evitando me colocar, pois quando isso acontecia provocava uma discussão muito grande na contestação dos meus pensamentos quanto o Amor Incondicional. É tanto que na última vez que aconteceu isso, há cerca de 15 dias, eu propus que nesta reunião eu pudesse colocar com detalhes o meu pensamento e as razões porque eu mudei de paradigma, do amor romântico para o amor incondicional, da família nuclear para a família ampliada/universal; do amor exclusivo, para o amor inclusivo. Não notei nenhum interesse maior nessa proposta, portanto procurei não colocar minha posição nesta reunião para que não parecesse que eu estava querendo monopolizar a reunião.
Mas como fui provocado para dizer alguma coisa, dentre as pessoas que ficaram caladas, procurei dizer algo do meu pensamento que não tivesse o ensejo para discussão conflituosa. Falei da importância do nosso grupo, como pessoas que se reúnem semanalmente para estudar o mundo espiritual e os caminhos que devemos tomar de acordo com nossa compreensão da verdade. Disse que isso havia sido muito importante para mim, pois no momento que tive a compreensão de uma verdade diferente daquela que eu antes acreditava como correta, procurei corrigir minha rota de vida, corrigir meus paradigmas. Isso fez eu entrar em caminhos pouco percorridos pela humanidade, apesar de estar sintonizado com a minha compreensão de verdade superior. Fez eu perder o apego por coisas e pessoas, mas sem deixar de amar, pelo contrário, o amor ficou mais presente, mais amplo e mais independente de quaisquer tipo de preconceito. Isso traz algum tipo de sofrimento para aquelas pessoas que se aproximam de mim e que desejam minha proximidade com mais frequência e intensidade. Este é o atual estágio da minha caminhada, que pode ser considerado por algumas pessoas que se sentem prejudicadas por minha ausência, como um tipo de egoísmo. Acontece que todas as pessoas, com exceção da minha primeira esposa, se aproximaram de mim com tanta profundidade justamente por essa forma de pensamento e de ação. Portanto, no começo do relacionamento a pessoa deve sempre avaliar essa minha característica, muito próxima dos profetas, e por esse motivo talvez não tenham procurado se casar ou conviver com ninguém. Mas como eu procuro construir um relacionamento com base no amor incondicional e viabilizar o reino de Deus, é necessário que exista essa relação entre homem e mulher para viabilizar a reprodução.
Acredito que eu tenha exposto aqui mais do que eu disse naquela ocasião, pois o horário da reunião já estava no fim. Mas fica aqui essa reflexão que me mostra com clareza o caminho que estou trilhando e as consequências que ele vai me trazer no futuro.