Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
19/10/2015 00h59
CENSURA À IRREVERÊNCIA

            Li o texto abaixo no dia 15-10, dia do professor, nas “Fontes Franciscanas e Clarianas”, pág. 604. Trouxe para mim diversas reflexões e um grande ensinamento, que vai de encontro ao orgulho e motiva à humildade.

            “Também em outra ocasião, em Santa Maria da Porciúncula, fora oferecida ao homem de Deus (Francisco) uma ovelha, que ele aceitou com gratidão por causa do amor à inocência e à simplicidade que a natureza da ovelha representa. O piedoso homem admoestava a ovelhinha que se aplicasse aos louvores divinos e se precavesse de toda ofensa aos irmãos; e a ovelha, como se compreendesse a piedade do homem de Deus, observava solicitamente a instrução dele. Ouvindo, pois, os irmãos cantarem no coro, também ela, entrando na igreja, sem instrução de ninguém, dobrava os joelhos, emitindo um balido diante do altar da Virgem, mãe do Cordeiro, como se estivesse ansiosa por saudá-la. Além disso, também quando se elevava o Sacratíssimo Corpo de Cristo dentro da celebração da missa, a reverente ovelha se curvava com os joelhos dobrados, como se censurasse de irreverência os não devotos e os convidasse à reverência do Sacramento.”

            O exemplo da ovelhinha, mesmo sendo contado como uma parábola, não deixa de trazer lição importante para o controle do orgulho e soberba que alimenta nossas ações no cotidiano. Falo “como parábola” pois não entendo como um animal que não faz uso da razão suficiente para entender questões religiosas, possa se comportar como um devoto. Se tal aconteceu como está escrito, certamente foi devido a influência do mundo espiritual, no sentido de ensinar. Como sou mais propenso a acreditar que o escritor da biografia do santo foi fiel aos fatos observados, então concluo que fato ocorreu por influência didática do mundo superior sobre nós, usando como instrumento a fé de Francisco de Assis.

            Lembro que em muitas oportunidades que entro numa igreja, ou qualquer outro templo religioso, sinto dificuldade de participar dos atos místicos que os crentes realizam, colocando-me num pedestal superior, dono de um intelecto mais privilegiado, que reconhece a inutilidade daquilo que está sendo realizado.

            Estou fazendo agora uma nova reavaliação cognitiva dessas lições. Não tinha porque o mundo espiritual superior ter o trabalho de ensinar coisas vãs. Certamente esse comportamento tem um significado e uma importância. Em primeiro plano, o mundo superior quer ensinar às pessoas rudes e animalescas que existem dentro da humanidade, que existe um Criador que persiste na criação até os dias atuais. Que precisamos ter esse conhecimento e o referenciar, assim como todos aqueles que se destacam neste trabalho de ensino divino, como aconteceu com Jesus de Nazaré. A reverência é um ato de humildade, de quebra de prepotência do homem frente ao Criador. Pode ser que eu tenha maior conhecimento sobre Deus e sobre o mundo espiritual do que a maioria das pessoas ao meu redor, mas isso não deve me dar o direito de eu ficar acima das obrigações que eles sentem dever ao Criador, se eu estou junto deles.

            Na minha casa, no meu relacionamento íntimo com Deus, não sinto necessidade de nenhum desse rituais. Basta que eu sinta que minha consciência esteja bem sintonizada com a vontade do Pai para que eu me sinta satisfeito. Mas farei todo esforço possível para noutra oportunidade em que eu esteja no meio de pessoas dentro de um culto de qualquer natureza, que eu consiga aprender rapidamente e praticar também os principais ritos aplicados no momento.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/10/2015 às 00h59