Na reunião da terapia familiar na forma de reflexão evangélica, do dia 17-10-15, tivemos a participação de 16 pessoas. O tema que norteou a reunião foi o serviço. Foi uma história contada por Jesus, onde existia um Fariseu, doutor da lei e reconhecido por todos como um homem de :Deus. Acontece que houve uma peste na comunidade vizinha e Deus precisava de mãos e pernas para fazer o serviço de amparo. O “homem de Deus” não se prontificou a se misturar aquela ralé e meter a mão nas suas imundícies para tentar ajudar. Tentou outras pessoas também reconhecidas como devotas e que frequentemente eram vistas no templo a rezar regularmente para Deus, mas não conseguiu com ninguém o que pretendia. Foi um ladrão arrependido que foi tocado no coração pela vontade do Senhor em salvar aquelas pessoas da peste. Foi esse ladrão arrependido que entrou na comunidade contaminada disposto a ajudar. Lavou as feridas e desinfetou, enterrou os mortos, consolou os sobreviventes. Foi essa pessoa que avançou rapidamente para os braços do Pai.
Jesus mostrava assim que aquele que faz algum serviço de bondade pelo irmão necessitado, está fazendo a vontade do Pai, com muito maior empenho do que aquele que vive dedicado exclusivamente aos estudos dos livros, a contemplação do divino, as orações regulares.
Esse tema provocou profundas reflexões nos presentes, pois todos sabem e sofrem o comportamento de membro da família que vive dentro da igreja com sua Bíblia, mas que não levanta um só dedo para harmonizar os parentes. Pelo contrário, é essa pessoa que mais traz problemas de relacionamento entre todos.
Existem os fortes problemas pontuais em duas famílias nucleares que compõe a grande família que se encontra reunida, como a traição à fidelidade conjugal de um marido e a desobediência e comportamento de risco por uma jovem adolescente de menor idade. A lição de hoje mostra que o serviço que cada um deve ter nesse processo de harmonia, é ter paciência, tolerar alguns excessos e abrir um canal de comunicação que use especificamente a linguagem do amor.
Logo depois da reunião a esposa soube que o marido voltara a se comunicar com a amante e que possivelmente tiveram juntos na tarde anterior a reunião que aconteceu à noite. Ela não conseguiu se controlar, entrou em discussão e choro durante a noite, prejudicando a saúde emocional das filhas menores. Pela manhã a esposa saiu de casa sem dizer para onde ia deixando todos preocupados. Tudo isso aconteceu no domingo, dia que ela estava aniversariando. Para uma pessoa que não gosta de aniversários como ela, este foi mais um motivo para ela detestar esse dia.
Na conversa que tive somente com ela, mostrei a importância de tudo isso ter acontecido nesse dia, pois ela poderia colocar como o dia que morrera a pessoa antiga e que renovaria logo em seguida uma outra pessoa, usando o mesmo corpo. A partir daí ela vai se esforçar para desviar o foco emocional que a prende ao marido e desloca toda a energia para a sua própria vida, para o seu potencial, criar situações financeiras e emocionais que a deixe cada vez mais independente.
Não é preciso que ele saia de casa, como ela está sempre a exigir quando acontece essas discussões. Se ele não se sente em condições de sair de casa, se quer continuar convivendo com ela, que ela encontre uma forma emocional de conviverem como amigos, até uma nova resolução.
Fiquei de acompanhar de perto essa evolução cognitiva e emocional que ela vai precisar fazer. Ela pede para ele não participar mais das reuniões, mas mostro pra ela que é importante que ele continue a participar, pois ele é amigo de todos, e o que ele está fazendo até agora tem um efeito direto sobre ela. Apesar de muito chorosa e se sentindo desamparada, ela sinalizou que vai tentar seguir essas instruções. A sua tarefa e ainda dentro das lições da última reunião, é tratar o marido com amor, mesmo sabendo do comportamento inadequado que ele apresenta, negando o que esteja acontecendo, sem suporte na realidade.