A minha busca de conhecimentos sempre para na origem das coisas. Na explicação do mundo material, seguindo os conhecimentos que a ciência nos traz e nas hipóteses que são formuladas a partir daí, tenho a ideia de que tudo foi formado a partir de um primeiro ponto que explodiu, que se denomina de “Big-Bang”. Todo o esforço de inteligência da nossa lógica, não vai além desse ponto. Com os conhecimentos metafísicos que adquiri consigo ir além dessa explicação, consigo colocar uma energia anterior, pré-existente, onipotente, imanente, transcendente, eterna, una e indivisível... Deus! Fico mais satisfeito com esse limite encontrado por minha lógica, o limite de Deus, pois sei que jamais irei ultrapassá-Lo, o máximo que posso fazer é me aproximar para contribuir com Ele na formação constante e eterna da existência.
Do ponto de vista espiritual surge outra dúvida. Sei do trâmite da matéria que tem origem em Deus e se espalha pelos aspectos mais ínfimos da Natureza. Mas o Espírito é algo distinto da matéria, algo que também foi criado por Deus, simples e ignorante, com a perspectiva de evoluir consciencialmente até a volta para a intimidade do Criador. Um ponto em comum entre a matéria e o espírito é a necessidade de evolução de ambos, porém por caminhos diferentes. Enquanto a matéria se aperfeiçoa e gera estruturas que assumem uma complexidade funcional, imanente, cada vez maior, o espirito se aperfeiçoa nos aspectos transcendentais, desenvolvendo a inteligência, racionalidade e princípios morais.
Como tudo está encadeado no Universo, que tudo tem uma finalidade, a matéria serve de berço gestacional para o espírito desde sua origem no átomo primitivo como princípio espiritual. A partir daí esse princípio espiritual, germe do Espírito, esse vem se desenvolvendo no seio da matéria. Podemos dizer que ele dorme no estado mineral, sonha no estado vegetal e acorda no estado animal. Podemos dizer que esse princípio espiritual a medida que desenvolve sua ainda rudimentar energia consciencial, vai avançando concomitantemente pela evolução da matéria, do estado inerte para a vida, dos sistemas simples para os complexos. O estado animal apresenta a maior complexidade dentro da Natureza, mesmo assim ainda observamos animais de ínfima ordem, que mal tem consciência de seus atos, mas todos obedecem as leis do Criador. Mais tarde quando a complexidade de seus corpos biológicos, principalmente o cérebro, possam suportar as suas inteligências mais desenvolvidas, ordenarão e dirigirão as coisas do mundo material. Depois poderão dirigir as coisas do mundo espiritual.
Quando o princípio espiritual passa ao estado animal e começa a acordar, devemos observar que esse processo deve ser iniciado ainda pelos seres mais ínfimos do mundo animal, com pouca individualização, com uma ação mais coletiva. Podemos ver como exemplo os cardumes de peixes que se movimentam, cada indivíduo, como uma peça do conjunto coletivo. O princípio espiritual continua a se desenvolver no estado animal, do simples para o complexo, até atingir sua individuação no estado hominal. Nesse estado já existem as condições neurológicas suficientes para o desenvolvimento dos princípios morais. O Espírito já está desenvolvido nos seus aspectos cognitivos e volta a ocupar tantos corpos quantos sejam necessários nesse aprendizado constante e no processo de reencarnação, até a sua purificação.
Os diversos mundos passam a ser escolas e/ou hospitais nesse processo de educação continuada. Infelizmente ainda estamos numa escola/hospital rudimentar, considerando os cinco tipos de mundos existentes: 1) Mundos primitivos (destinados às primeiras encarnações da alma humana, a vida, toda material, se limita a luta pela subsistência, o senso moral é quase nulo, as paixões reinam soberanas. A Terra já passou por essa fase); 2) Mundos de expiações e provas (nesses mundos o mal predomina. É a atual situação da Terra, e por esse motivo vivemos cercados por tantas misérias); 3) Mundos de regeneração (são mundos em que as alma que ainda tem que aprender, criam novas forças, repousando das fadigas da luta. É o estágio em que devemos entrar brevemente, com o expurgo para planeta mais inferior das almas recalcitrantes no mal); 4) Mundos ditosos ou felizes (são planetas onde o bem sobrepuja o mal e, por isso, a felicidade impera); e 5) Mundos celeste ou divinos (são as habitações de Espíritos depurados, onde reina exclusivamente o bem, visto que todos que aí vivem já alcançaram o cume da sabedoria e da bondade).
Com essa compreensão podemos entender a diversidade de comportamentos ao nosso redor, mas com predominância do mal, com a existência ainda de espíritos primitivos, ainda não acostumados com a individuação da consciência e muitas vezes se comportam como bois numa manada, no dito popular de “Maria vai com as outras”, o que é uma constante. As pessoas costumam se apegar a uma ideia ou conceito e não procuram mais verificar com lógica e imparcialidade a verdade da Natureza que está em sua volta. Até que sintam essa necessidade de evolução, esses espíritos necessitarão de muitas reencarnações, e se são praticantes constantes do mal, deverão ser expurgados para outros mundos mais condizentes com sua natureza e não perturbem a evolução daqueles que já se adiantaram.