O dia de ontem foi dedicado aquelas pessoas que se comprometeram radicalmente com o Pai e que a Igreja Católica os reconhece como santos. O dia de hoje é dedicado a todos os que morreram, e isso inclui também os santos. Portanto, podemos concluir que os santos possuem três dias no ano que são festejados: o dia de todos os santos, dia de finados, e o próprio dia consagrado a cada um dos santos individualmente.
Da mesma forma que uso a lógica para chegar a essa conclusão acima, onde cada pessoa pode ver com clareza essa realidade, também posso usar a lógica para verificar as justificativas que são dadas para o festejo de cada uma dessas datas.
Primeiro, o dia de Todos os Santos: são considerados aqueles reconhecidos pela igreja das pessoas que se comprometeram radicalmente com a vontade do Pai, inclusive com autoria de um ou mais milagres. Compreendo que essas pessoas assim consideradas como santas são apenas a ponta de um iceberg. Devem existir muito mais pelo mundo que cumprem essas formalidades da Igreja, apenas não são descobertas como tais. Geralmente são pessoas simples que fazem a vontade do Pai, despercebidas pela hierarquia do mundo, muitas vezes chamando o Pai por outros nomes diferentes de Deus, ou dentro de cultos e rituais excêntricos para a visão dos noviços, pessoas das quais a Igreja Católica nunca ouviu nem falar. Porém o Pai ao qual nada passa neste mundo sem a Sua percepção, desde a queda de um cabelo branco numa cama de algodão, faz o devido registro e as colocam na mesma posição daqueles colocados pela Igreja. Por esse motivo minha lógica considera que aquele livro que fala das vidas dos santos deve ser muito mais robusto nos registros celestiais.
Segundo, o dia de finados. Inicialmente eram comemoradas apenas aquelas pessoas que morreram dentro da fé cristã. Logo depois corrigiram o erro para incluir todas pessoas que morreram, quer fossem ateus ou santos. Porém a Igreja Católica se move no mundo sustentada nas bases materiais pelos interesses dos clérigos que a constroem e por isso passamos a viver contradições bizarras que a lógica não admite. Uma delas é que cada pessoa dorme uma espécie de sono dentro da sepultura depois da morte do corpo físico, esperando a ressurreição da carne. É como se fosse uma longa gestação dentro da sepultura até o nascimento definitivo, a hora em que todos os que repousam nos sepulcros ouvirão a “voz” e sairão. Os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; os que praticaram o mal, vão ressuscitar para a condenação. Uma contradição lógica é que, como esses inúmeros corpos irão ser reconstituídos materialmente se as suas moléculas e átomos voltaram a intimidade da Natureza para a formação de outros corpos, outras vidas? Iriamos observar uma disputa por átomos e moléculas que ao longo do tempo pertenceram a corpos e vidas distintos. E o julgamento seria uma ação tipo tudo-ou-nada. Ou iriam para a vida ou para a condenação. Os próprios espíritos já explicaram com toda a didática e lógica como a vida ocorre nos planos materiais e espirituais. A educação constante que devemos receber para evoluir no plano espiritual, voltando aos corpos que se formam ao longo do tempo nesse processo de aprendizagem e evolução, que ocorre tanto no plano material quanto no espiritual, mas de forma muito distinta.
Então, esses dois dias, Todos os Santos e Finados, são importantes para uma tomada de consciência e nos adaptar nos processos evolutivos nos quais estamos inseridos. Sei hoje da importância do mundo espiritual frente o mundo material. A Terra não passa de um hospital-escola onde devemos aprender e ensinar dentro da energia do Amor que é a essência do Criador. Sei que devo me esforçar como os santos, reconhecidos ou não, para fazer a vontade do Pai. Isso implica que as prioridades da minha vida material devam ficar em segundo plano, que eu deva sofrer as consequências dessa decisão, pois o mundo ainda está muito distante do Reino dos Céus que Jesus ensinou. Porém é com nossa atitude de enfrentamento de todas as dificuldades, usando o Amor na forma que Paulo nos ensinou, que iremos construir esse Reino, que é a realização das lições de Jesus e o cumprimento da vontade do Pai.