Hoje voltamos mais cedo para casa depois de termos andado bastante pelo centro comercial de Florianópolis. Estamos na cidade que realiza o XXXIII Congresso Brasileiro de Psiquiatria, e estamos hospedados numa casa que se localiza sobre um morro, como é comum em Florianópolis. O GPS desta vez nos encaminhou por um caminho mais longo e tivemos que enfrentar uma ladeira mais íngreme. Eu seguia na frente com quatro passageiros no carro que eu dirigia, e o meu irmão seguia logo atrás de mim, também conduzindo consigo quatro passageiros. Eu seguia com o carro na segunda marcha, mas logo o carro indicava que precisava de marcha com mais força. Tive que engatar a primeira marcha e nesse movimento o carro parou. Ao ser acionado a força da primeira marcha os pneus patinaram na pista molhada pela chuva constante que caía na cidade há cerca de dois meses ininterruptos. O carro patinava e nesse movimento se deslocava para baixo pela força da gravidade. Tinha que parar e segurar o carro com o freio para ele não se chocar logo abaixo com o carro do meu irmão. Devia dar tempo para ele perceber o que estava acontecendo comigo e deixar o carro dele descer para uma distância segura. Mas também ele passava pela mesma dificuldade. Não conseguia fazer o seu carro se deslocar para cima, pois os pneus do carro também patinavam com a força da primeira marcha. Para complicar ainda mais a situação, descia um ônibus em sentido contrário, e desviava para a contramão, devido uma motocicleta estacionada na sua mão e que obrigava e esse processo e ficava defronte ao meu carro.
A situação era deveras constrangedora e ameaçadora. Os passageiros desceram dos carros, tanto do meu quanto do meu irmão, apavorados com a possibilidade dos carros perderem os controles e despencarem ladeira abaixo com resultado letal. Eles não podiam fazer muita coisa além de se lamentarem e correrem de um lado para outro desorientados. Inclusive com a possibilidade do outro irmão gordo escorregar cair e sair rolando ladeira abaixo sem ninguém conseguir segurá-lo, e quem tentasse poderia seguir rolando com ele numa esquisita bola de neve. Felizmente os nossos anjos da guarda intuíram a um dos transeuntes para nos orientar a manter os carros em meia embreagem e lentamente ir deslocando o carro ladeira acima. Com essa orientação e com uma postura mais calma, fizemos o procedimento necessário e saímos daquela situação perigosa. Além do risco que corremos, prevaleceu no final o sentido de pilhéria e ironia da situação com as pessoas que saíram do carro se descabelando ou se divertindo com a situação, como era o caso das mulheres e das crianças e adolescentes. Foi motivo de muita risada durante muito tempo essa situação inusitada.
Faço agora uma avaliação mais crítica da situação. Sei que tudo que realizamos na vida envolve em si certo risco. Até mesmo dentro de casa, dormindo ou trabalhando, corremos risco de vida, com assaltos ou coisas parecidas. Uma viagem que realizamos por locais desconhecidos, por estradas que não conhecemos, certamente o risco se torna maior. Mas isso é o que a vida requer de nós, coragem para conhecer coisas novas, fortalecer o nosso espírito com novas informações, novos conhecimentos, apesar do risco que isso possa nos trazer.
Uma ação que considero hoje da máxima importância e parece que esta viagem em particular comprova isso como uma realidade. É a questão da oração, de conversarmos com o Pai e pedir a proteção extra para as dificuldades extras que iremos enfrentar. Não é que o Pai não saiba de nós essa necessidade, é que fazendo assim a nossa consciência fica mais sintonizada com as forças energéticas que partem da Sua essência, na forma dos espíritos protetores, a partir dos nossos anjos da guarda. Pode parecer coincidência, mas no dia que esquecemos de fazer essa oração dirigida ao Pai seguida das ações de fraternidade e amor entre nós, é que aconteceram coisas mais perigosas perto da gente, como a batida do carro em Gramado e agora essa ameaça na ladeira quando voltávamos para casa.
Agradeço a Deus pela proteção e oportunidade de tudo de bom que vimos e aprendemos pelo caminho, principalmente da importância da comunicação com Ele, nosso Pai, e da convicção que Ele sempre está conosco, e com mais intensidade quanto mais assim o desejarmos.