Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
18/11/2015 19h59
CULTIVAR A NATUREZA

            Dentro da igreja católica existem doutores como Santo Alberto Magno que procurava conciliar a ciência com a santidade, a fé com a razão. Pode também com os valores da ciência se iluminar o mundo com a verdade sobre a matéria, livrar da ignorância o pensamento humano. Assim ficamos mais aptos a cultivar os valores da Natureza, respeitar a dignidade humana, como ser físico originado, formado e funcionante dentro das leis da Natureza. Capacitar assim a todos para uma vida social mais humana.

            Por outro lado, iluminados pela fé, pelos princípios do mundo espiritual, possamos colocar a serviço da paz, da fraternidade, do bem estar de todos, as ciências naturais, sociais, humanas, e as técnicas modernas.

            Tudo isso deve servir a nossa compreensão e responsabilidade quanto ao nosso domínio intelectual sobre a Terra e fazer deste mundo um lugar fraterno onde todos se sintam co-responsáveis pelos destinos da humanidade, pela construção do Reino de Deus.

            Este é um aspecto interessante do nosso aprendizado e preparação para a ação comportamental. A Natureza tem suas leis sendo aplicadas constantemente e o intelecto do homem é capaz de modificar o curso dessas leis com os mais diversos argumentos, geralmente com razões egoístas. Isso é muito negativo, pois deixa de privilegiar os interesses da coletividade, como é o desígnio de Deus, para privilegiar um indivíduo em particular.

            Vejo esse exemplo marcante nos instintos que a Natureza nos dotou, enquanto ser humano, para viabilizar nossa existência, tanto a nível individual, quanto familiar. O instinto nos leva à aproximação do sexo oposto. Tem o objetivo marcante, principal de gerar um novo ser, fazer a reprodução do casal através dos filhos que esse possa ter. naturalmente se forma o núcleo familiar com toda a motivação para o casal angariar recursos para fortalecer a prole formada. Isso se observa com mais força na mulher, que geralmente investe todas as suas energias na proteção do(s) filho(s), inclusive a manutenção do companheiro com exclusividade ao lado dela.

            Quanto ao homem, vamos observar uma estratégia diferente. Ele permanece com interesse em outras mulheres, mesmo que não queira dissolver a família inicial que construiu. Essa busca por outras mulheres pode ter o caráter exclusivamente mundano, de ser uma exclusiva busca de prazeres, sem nenhum outro compromisso com a parceira sexual. As vezes chega a pagar por esses “serviços” como acontece na prostituição. Mas também existem aqueles que se preocupam com o bem estar da parceira e que chegam a criar novos relacionamentos sem exclusão do primeiro. Isso é o que de mais comum acontece na sociedade de forma clandestina. Os homens com mais liberdade de fazer essa prática, mas por dever de justiça o mesmo deve ser permitido também a mulher, mesmo que ela não tenha essa pressão comportamental tão forte quanto a do homem.

            Essa situação clandestina e gerida pelo comportamento machista e cheio de outros preconceitos, leva a constantes conflitos de natureza agressiva e geralmente letais. A lógica indica que devemos evitar essa clandestinidade e construir relacionamentos familiares baseados na verdade, na fraternidade e construirmos o Reino de Deus como Jesus ensinou. Para fazer isso devemos aplicar o Amor Incondicional em todos os nossos relacionamentos, abrir o casamento da exclusividade para a inclusividade, respeitando todas as leis da Natureza, os instintos animais, mas disciplinando-os sempre para não prejudicar o interesse também justo de quem está se relacionando com o protagonista.

            Isso colocado de forma teórica parece fácil para alguém como eu que já está fazendo essa prática no cotidiano. Mas para quem não tem essa experiência prática e analisa a mudança de postura dentro da comunidade, nos seus relacionamentos afetivos, parece uma utopia difícil ou impossível de realização.

Mas se esta for a única forma de construirmos o Reino de Deus e fugirmos dessa sociedade agressiva, materialista e egoísta que construímos e vivemos dentro dela?

           

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/11/2015 às 19h59