Hoje foi o dia escolhido pelo meu segundo filho para casar civilmente. Confirmar pela lei humana o que já estava realizado pela lei divina, pela lei da Natureza. Houve um ensaio de discurso iniciado por ele e seguido pela sogra. Não sei porque não pedi a palavra para fazer também um pequeno discurso. A vontade chegou no momento, mas a inspiração só chegou agora. Por isso fiquei calado no jantar que estávamos comungando em família e estou agora escrevendo de acordo com a linha de pensamento que eu poderia ter desenvolvido. Este então é o discurso que eu deveria ter dito e por estar aqui escrevendo, sem voz e fora de tempo, é que ele se torna silencioso.
Hoje é um dia importante, dia 26-11-15, dia de Ação de Graças. Dia dedicado ao agradecimento ao Senhor por tudo que Ele nos deus e promete nos dá. Ele me deu filhos, o primogênito, dedicado ao Senhor como promessa bíblica, dei um nome ligado às artes; o segundo, que hoje está oficializando a sua união conjugal perante as leis humanas, dei um nome ligado às ciências. Ambos de origem italiana, o país onde se localiza a sede principal da Igreja Católica, principal símbolo do cristianismo, o Vaticano. Agora, bem longe no processo de minha vida, tudo parece fazer sentido.
Sobre isso estava comentando há pouco nesta mesa, sobre um filme que assisti recentemente, “Um conto chinês”, baseado em fatos reais, onde o protagonista colecionava recortes de jornais do mundo todo, de fatos ocorridos que não faziam o menor sentido. Pois não é que na história ele havia recortado uma história acontecida num recanto da China, quando dois jovens enamorados passeavam enamorados, remando por um belo lago, e no momento que ele saiu do lado dela para pegar as alianças de noivado do outro lado do barco, para oferece-la, cai do céu uma vaca exatamente sobre a infeliz moça. Apesar de toda bizarrice dessa história, o filme mostra que o fato continua fazendo sentido com a realidade.
Dessa maneira é que vejo como ações tão despretensiosas ocorridas há tanto tempo, termina fazendo sentido hoje. Naquela época eu tinha uma percepção mais próxima do ateísmo, hoje tenho uma convicção firme na existência de Deus e que Ele é o responsável por abrir tantos caminhos que parecem construir a nossa história e a nossa vida muito além dos nossos corpos. Pois hoje eu vejo a minha caminhada como um teste de resistência, uma prova de revezamento. Corri associado com uma parceira, e geramos os próximos atletas que conduzirão o bastão da vida. Sinto que estou passando agora o bastão para eles, é o momento deles pegarem esse símbolo e correrem com fidalguia com suas respectivas companheiras... é o momento de eu arrefecer o ritmo de nossa corrida, e como acontece no futebol, deixamos de ser jogador, de ser o atleta que está no gramado, para ser o técnico que fica no banco orientando o jogo.
Tudo faz sentido hoje. É o dia internacional de Ação de Graças, o dia que o Senhor escolheu para que eu desse graças a Ele por tantos bens recebidos. Ele deve ter ficado frustrado por eu não ter lembrado dessa ação de graças naquele momento, talvez esse fosse mais um teste dos vários que Ele faz comigo, para testar se eu estou amadurecido, pronto para fazer realmente a Sua vontade. O modo desse discurso não ter sido realizado em viva voz, no momento propício, mostra que eu ainda não estou pronto para o que Ele quer.
Serve de atenuante para essa minha falha, o fato de que não esqueci de falar sobre a importância da data na reunião da Associação dos Moradores e Amigos da Praia do Meio, fiz inclusive o preâmbulo sobre esse tema, e que é o assunto que tiro em sequência do livro “Fonte Viva”, que veio justamente, como Deus planejou, falar sobre o agradecimento das ações divinas.