Hoje lembramos a morte precoce de São Francisco, aquele nascido em 1506, no castelo de Xavier, na Espanha. Ele é chamado o Paulo do Oriente, pois viveu na época dos grandes descobrimentos dos séculos XV e XVI em que a Igreja desperta para as missões.
Em 1542, após um ano e três meses de viagem, ele chegou com seus companheiros em Goa, capital da Índia portuguesa. Em 10 anos de apostolado, percorreu a Índia, Málaca, Molucas, Japão. Por onde passava fundava novas comunidades cristãs, plantando em toda a parte a semente da palavra de Deus. Morreu aos 46 anos quando planejava entrar na China, até então proibida aos estrangeiros. Faleceu à beira mar no dia 3 de dezembro de 1552.
São Francisco Xavier é um exemplo de pessoa que acolheu o chamado de evangelização e passou a anunciar o Reino de Deus, de amor e de paz aos povos distantes. Tornou-se na fé luz para os corações e exemplo daquele que serve.
Tornou conhecido aos povos do Oriente as lições de Cristo. Encarnou na própria pessoa o Mestre, manso e humilde de coração, como se fosse vivo e ressuscitado.
É essa transformação que atinge os corações que estão em busca de Deus, como aconteceu com o próprio Paulo de Tarso. Antes ele perseguia os cristãos, pois não entendia quem podia ser aquele Jesus que afirmava coisas que soavam como sacrilégio. Somente ao perceber na entrada de Damasco a verdadeira natureza do Cristo, ele pode rever seu comportamento e se transformar radicalmente.
Não sei como foi o processo de São Francisco Xavier, com certeza foi menos traumático do que aconteceu com São Paulo, pois este chegou a ficar cego por alguns dias.
Imagino que todos nós que estamos nessa busca incessante de Deus, que procuramos ser um “homem de bem”, ao nos depararmos com o exemplo de Jesus sentimos a motivação para seguir seus exemplos e lições com a maior fidedignidade possível.
Foi isso que Paulo de Tarso e Francisco Xavier, o santo de hoje, além de Francisco de Assis, todos passaram a encarnar o comportamento de Jesus, divulgando e praticando o Evangelho ensinado por Ele.
Fico a refletir um pouco sobre esse aspecto, a encarnação do comportamento de um outro espírito pelo uso do meu livre arbítrio. É como se esse espírito superior, cujo comportamento considero mais importante que o meu, viesse a encarnar como um tipo de ressurreição no meu corpo. Pelo meu esforço pessoal, todos podem ver a minha figura, mas eu me esforço para o meu comportamento ser o daquele Espírito Superior.
Nesse ponto os termos encarnação e ressurreição podem ser considerados como sinônimos, pois o meu comportamento visível se assemelha a daquele Espírito Superior, quer ele tivesse encarnado ou ressuscitado em mim.
Esse é um processo de aprendizado muito eficaz, assumir a personalidade e ações do professor, mesmo que a minha personalidade, a personalidade do aluno, não seja anulada. Pelo contrário, continuo com a minha personalidade, as minhas intenções, mas a minha vontade através do livre arbítrio está sempre evitando aquilo que de mal eu poderia fazer se o meu modelo ao qual eu estou seguindo é diferente.
Sei que estou ainda num estágio muito distante de assumir a personalidade e comportamento do Mestre como os três alunos citados conseguiram. Mas sei que esse é o processo correto e continuarei a ajustar o meu comportamento para em breve ter mais condições de atingir esse propósito: reencarnar o ressuscitar o Mestre em minha própria conjuntura biológica, sob a batuta de minha personalidade devidamente treinada e instruída.