Parece que necessito de um momento como este. Parar todas as atividades e fazer uma reflexão do caminho que estou percorrendo, dos paradigmas que estou usando, dos obstáculos e desafios que vou encontrando.
Faço uma constatação inequívoca: estou sozinho! Por mais que existam pessoas que me amam, que digam que querem me acompanhar, sempre observo que nos passos que dou em alguma direção que não seja conforme essa pessoa deseja, o mal estar se instala dentro dela, mesmo que ela faça um esforço para disfarçar, às vezes nem consegue, sempre noto alterações no humor, no comportamento que sinalizam a falta de sintonia com o meu caminhar.
Neste mundo dominado pelo egoísmo, um comportamento como o meu, desarmado e solidário, que executa um amor inclusivo e evita tentativas de exclusão, não devo ficar muito otimista de algum dia encontrar uma alma com sintonia semelhante à minha.
No relacionamento familiar dentro da perspectiva da universalidade, sei que o núcleo central, mesmo ampliado, é com quem eu tenho maior responsabilidade. Companheiras, filhos, parentes consanguíneos é com quem tenho maior responsabilidade, e principalmente com todos que desejam fazer a vontade do Pai sintonizados com a trilha na qual caminho.
No trabalho acadêmico e assistencial é de onde vem os recursos para manter as diversas atividades. Sei que estou bem aquinhoado financeiramente, poucos colegas ganham tanto quanto eu, mas também não trabalham tanto quanto eu, acredito. Mesmo assim reconheço que os recursos que obtenho são permitidos por Deus, a Deus pertence e sou apenas um simples administrador desses recursos, direcionando-o para onde melhor houver a expressão do Amor Incondicional, mesmo que as vezes eu fique incomodado com as tentativas egoístas de usufruir algo além do merecimento, pelas pessoas ao meu redor. Procuro não ser injusto, mas deixo a maior parte dessa responsabilidade com Deus, pois eu não me considero capaz de julgar pedidos convenientes ou inconvenientes, segundo uma versão de necessidade que é colocada.
No trabalho comunitário que foi colocado nas minhas mãos por uma indução divina, absorvo grande responsabilidade perante o Pai e o Mestre. É nesse trabalho que a minha preguiça é confrontada. O meu espirito percebe o imenso trabalho a ser realizado, até além das minhas forças, mas o meu potencial de trabalho ainda não está totalmente utilizada.
O trabalho político termina sendo executado durante diversas atividades que não tem conotação partidária, mas percebo cada vez com maior importância, o reconhecimento que todos os trabalhos que faço dizem respeito à política divina. Já reconheço o Mestre como o governador do nosso planeta e sei o que Ele deseja, através dos Evangelhos que informam como foi o seu comportamento, as suas lições. Sinto que o Governador deseja que suas lições sejam aplicadas sem qualquer tipo de hipocrisia. O tempo da evangelização de adultos deve ceder lugar a aplicação do Evangelho na prática cotidiana, e todas as criança devem aprender desde o berço estas lições. Sinto que devo desempenhar dentro desse campo político, como um tipo de ouvidor do que esteja sendo realizado neste mundo material que está conflitando com a Lei do Amor Incondicional. Não terei o papel de julgar, e sim de apontar as discrepâncias e esperar que o autor corrija os seus desvios. A condição de juiz sempre será realizada pelo Pai, que é a força maior do Universo e que está identificada como a própria energia do Amor.
O trabalho de Reforma Íntima é o que mais necessita de atenção, pois é a partir dele que todas as minhas ações se tornam compatíveis com a lei do Amor, que me deixa uma pessoa cada dia melhor. Sinto apenas que esse processo é muito difícil e que os progressos são lentos. Sei que em comparação com a minha adolescência, eu adquiri muitos controles e conhecimentos que antes me deixavam mais fragilizado frente aos desejos de prazeres solicitados pelo corpo, mas impedidos pelo espírito. Agora que sei com maior clareza da existência do Behemot dentro de mim, o monstro criado por Deus para a proteção do meu corpo e sua reprodução, sei com quem estou digladiando para ao mesmo tempo que respeitar o corpo, não sair dos caminhos do Senhor.
Em suma, apesar de tantos obstáculos, internos e externos, apesar de tanto sofrimento que não deixo de gerar ao redor, sinto que estou na trilha que o Pai deseja e isso me deixa fortalecido e motivado para continuar.