Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
14/12/2015 00h59
SEMELHANTE A MENINOS

            Li uma lição do Cristo, escrita por Mateus (11:16-19) que ainda não havia prestado muita atenção e até me pareceu uma coisa nova:

            A quem hei de comparar esta geração? É semelhante a meninos sentados nas praças, que gritam aos seus companheiros: tocamos a flauta e não dançais, cantamos uma lamentação e não chorais. João veio; ele não comia nem bebia, e disseram: ele está possesso de um demônio. O Filho do Homem vem, come e bebe, e dizem: é um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e dos devassos. Mas a sabedoria foi justificada por seus filhos.”

            É um texto de difícil alcance para minha cognição. Como a sabedoria foi justificada através dos seus filhos? Podemos pensar que a atitude das crianças que tocavam flauta na praça do mercado para seus companheiros dançarem, mas que não dançavam, mostra uma atitude sujeita a uma condescendência, aceita para estabelecer regras de convivência.

            Do mesmo modo, muitos cristãos hoje em dia são justamente como essas crianças – aceitam e fingem obedecer regras de procedimento rígidas ou permissivas, mas, clandestinamente não cumprem. Mas esta não é a correta atitude cristã que devemos assumir. A correta atitude consiste em seguir o jeito de Jesus reagir e fazer coisas em todas as situações da vida. Prescrições morais apenas não são suficientes! Precisamos de sabedoria, inteligência, acompanhados de um amor prudente que deve guiar nossas atitudes cristãs.

            Então, a flauta toca, diz regras de relacionamentos, de casamento, de pais, de filhos, de compaixão, tolerância, perdão... mas ninguém dança, ninguém obedece, apesar de todos fingirem cumprir. Aceitam essas regras, quer sejam rígidas ou permissivas, e fazem o que seus desejos egoístas motivam.

            O correto modo de fazer as coisas, conforme o Cristo ensinou, é sim, sim; não, não. Se defendo um comportamento como correto, se minha flauta canta dessa forma, então devo dançar conforme essa música.

            Este é o motivo pelo qual defendo a transparência nas ações, é o motivo pelo qual chego a dizer verdades que ferem os ouvidos de quem pede uma resposta. Não vou dizer tudo que faço ou vou fazer a quem está próximo, se sinto que essa verdade vai trazer prejuízo, mas se a pessoa pergunta algo que pode ter uma resposta dolorosa é porque deve se sentir segura para suportar o peso da verdade.

            Vale a pena lembrar que toda a dificuldade que a Verdade traz é com respeito aos interesses do Behemot. Se pudéssemos dar um sonífero e deixá-lo dormir uma boa parte do dia, iríamos perceber que a verdade não nos traria sofrimento, pelo contrário, traria mais chances de reforçar dentro da gente os valores do Amor Incondicional.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 14/12/2015 às 00h59