Temos uma boa compreensão dos caminhos evolutivos que a natureza material desenvolve, desde os trabalhos de Darwin. Porém, uma nova compreensão surge, de que os caminhos materiais não são os únicos e tudo indica que não são os mais importantes. A inteligência aponta que existe um nível de vida considerado como espiritual e que tudo se origina e se destina para ele. O nível material seria apenas um estágio de aprendizado, como uma escola que devemos frequentar para aprender e amadurecer.
Nesse sentido temos que compreender bem essas informações, para saber que caminhos estamos percorrendo na vida, usando a luz da verdade, para o correto preenchimento de nossas necessidades fundamentais.
Jesus chegou na vida material até nós, para deixar bem registradas essas informações, é tanto que se identificava como o Caminho, a Verdade e a Vida. Sua luz imperecível brilha sobre os milênios terrestres, como o Verbo do princípio, penetrando todos os rincões do mundo, há mais de vinte séculos.
Lutas sanguinárias, guerras de extermínio, calamidades sociais, pestes, corrupções, não modificou uma vírgula nas lições que cada vez mais se atualizam e são melhor compreendidas com o uso da ciência e da tecnologia.
Tempestades de sangue e lágrimas nada mais fizeram que avivar-lhes a grandeza. Entretanto, parece que estamos cegos para o conteúdo dessas lições, do projeto de criarmos uma sociedade fraterna, um Reino de Deus.
Nesse contexto, Jesus se consolida como o Governador do planeta, dirigindo os princípios espirituais os quais devem comandar o maquinismo material. No entanto, o homem de posse do livre arbítrio, resolve exagerar na aquisição dos recursos de sua própria sobrevivência e causa assim déficits nos recursos que deveriam servir para a sobrevivência do próximo. Está instalado o mal no planeta!
O Senhor, contudo, está sempre atento e fortalece aos humanos de boa vontade, para resistir as ofensivas do mal e disseminar a prática do bem. Cada dia reforma os títulos de tolerância para com as nossas dívidas e incapacidades morais. Contudo, é de nosso próprio interesse levantar o padrão da vontade e dirigir o livre arbítrio para estabelecer limites para a ação pessoal e reeducar a nós mesmos, lembrando que Ele disse que estaria sempre próximo, ao alcance de nosso contato mental.
Além de ser o nosso Governador, Ele é o amigo generoso, que tantas vezes esquecemos e muitos nem sabem, nem acreditam. Muitos preferem viver apenas esta efêmera vida material, estão satisfeitos em perder tudo quando o corpo descer à sepultura.
Por cima de todas as dificuldades que se apresentaram, conseguiu chegar até nós um conjunto de lições do Mestre, os Evangelhos (Boa Nova) e os escritos de alguns dos seus discípulos e seguidores mais importantes. Cada lição que conseguimos aprender nos Evangelhos, parece uma pérola num colar, cada uma com um valor especial e que no imenso conjunto de ensinamentos, cada conceito do Cristo adapta-se a determinada situação do Espírito nas estradas da vida.
A lição do Mestre, além disso, não constitui tão-somente um impositivo para os misteres da adoração. O Evangelho não se reduz a breviário para o genuflexório. É roteiro imprescindível, o estatuto legal para a administração, para o serviço e para a obediência de todas as pessoas consideradas cidadãos do Reino de Deus.
O Cristo não estabelece linhas divisórias entre o templo e a oficina, o laboratório, o escritório, a escola... toda a Terra é Seu altar de oração e Seu campo de trabalho, ao mesmo tempo.
Por louvá-Lo nas igrejas e menosprezá-Lo nas ruas é que estamos naufragando mil vezes em mares de corrupção, violência, maldades de todo tipo, por nossa própria culpa. Todos os lugares, portanto, podem ser consagrados ao serviço divino.
Muitos discípulos, nas várias escolas cristãs, entregaram-se a perquirições teológicas, transformando os ensinos do Senhor em relíquia morta dos altares de pedra. No entanto, espera o nosso Governador que venhamos todos a converter o Evangelho de amor e sabedoria em companheiro da prece, em livro escolar no aprendizado de cada dia, em fonte inspiradora de nossas mais humildes ações no trabalho comum e em código de boas maneiras no intercâmbio fraternal.
Temos que adquirir a compreensão de que o Reino de Deus começa pela mudança de nossas próprias atitudes e na possibilidade que elas podem contagiar o próximo a fazer o mesmo e assim irá surgindo a comunidade fraterna. Mesmo assim, vamos observar muita incredulidade ao nosso redor, nos amigos, nos parentes, nos alunos e professores...que fazer dentro dessa ampla perplexidade?
Temos imensas distâncias a vencer no Caminho, para adquirir a Verdade e a Vida em sua significação integral. Devemos compreender o respeito devido ao nosso Governador, que pela Sua própria exemplificação quando estava entre nós, nos ensinou que o trabalho do cidadão do Reino de Deus constitui-se de adoração e trabalho, de oração e esforço próprio.