Desde a Renascença, que se desenvolveu entre os séculos XV e XVI, surgiu o fortalecimento do Pensamento Concreto, detalhista, mesmo sofrendo no início uma repressão muito grande do sistema de crença dominante, do Pensamento Abstrato, até mesmo com força policial, capitaneado pelo sistema da igreja romana.
Esse poder opressor só foi atenuado com a Revolução Francesa (1789), quando a ciência, que é filha direta desse raciocínio concreto, começou a se consolidar e a produzir cada vez mais frutos, que são a tecnologia.
Kant fez a distinção entre o que chamou Razão Pura e Razão Prática, onde o âmbito de atuação da ciência era a razão prática e o âmbito das transcendências, do abstrato, das éticas, enfim das situações subjetivas, ficava no contexto da razão pura. No entanto, o poder econômico que a ciência ganhou com a tecnologia, fez com que os cientistas questionassem: por que razão pura? Nós podemos com a ciência resolver todos os problemas e dar todas as respostas!
Desse modo, uma ideologia que já vinha se formando – o Naturalismo ou Materialismo Reducionista – que já era inspiração para a ciência, passou então de inspiração à afirmação científica. Isso é, a ciência passou a afirmar o materialismo reducionista como se fosse algo sujeito a comprovação pelos seus próprios métodos. Desse modo, por exemplo, para a ciência, todo o conceito de existir se baseia na química.
Mas na verdade isso não é científico, porque para ser científico teria que passar pelo crivo comprobatório do método científico. No entanto, além das especulações desejosas de uma fé e de um poder materialistas, a obtenção dessas provas resiste a qualquer resultado conclusivo já por quase duzentos anos.
E mais ainda, à luz de descobertas científicas recentes a tese materialista não se adequa a uma série de experiências quânticas laboratoriais publicadas. Também experiências estatisticamente consistentes da parapsicologia experimental, na microbiologia, e da medicina intensiva, nas chamadas “Experiências de Quase Morte – EQM, nas quais há uma verificação controlada e testemunhada de estados de consciência ativos, todas refutam a tentativa do materialismo em explicar tudo que ocorre no Universo.
Nesse contexto, a atitude de afirmação materialista pela ciência é, portanto, meramente um cientifismo na qual, revestindo-se de uma capa e de um status de ciência, mas não conseguindo resistir a uma comprovação pelos próprio métodos científicos, não passa de uma ideologia, de uma profissão de fé.
E assim, o materialismo chega no século XXI nos seus estertores, com tanta evidência científica que o desautoriza a querer explicar tudo no mundo à sua maneira, e que defenda como irreal tudo que foge às suas explicações. Mas ainda é muito forte e ainda influencia toda uma mentalidade maciçamente suportada pela mídia e pela academia que a partir do ocidente se transformou numa mentalidade Reducionista Materialista planetária.
Ora, se existir é algo meramente bioquímico, se a consciência é um epifenômeno bioquímico, então porque não se fazer com a química a expressão do apogeu da nossa vida e de nossa consciência? Frente as premissas materialistas, não é essa uma conclusão bem coerente e razoável?
No entanto, verifica-se o desalento social, familiar e individual, quando a mentalidade reducionista materialista apresenta suas consequências, como nas drogas, nos vícios mais variados, na corrupção, na exacerbação sexual, etc. Aí os frutos são amargos e então há surpresa e perplexidade da humanidade; humanidade essa que passiva ou ativamente, no entanto, participa e incentiva das concepções e dos decorrentes atos, do materialismo reducionista, segundo o pensamento de Paulo Azambuja e com o qual eu concordo integralmente.