Ontem foi realizada a Festa de Natal promovida pela Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio, em sua segunda edição. Começou as 20h, o jantar foi servido as 22h e terminou as 23h30m.
Mais uma vez a atividade comunitária motiva a reflexão sobre o meu papel enquanto instrumento da vontade de Deus dentro da coletividade. Todos contribuem de alguma forma para construir uma base financeira para essa vontade do Pai se tornar realidade. Mas eu percebo que boa parte dos recursos financeiros e mesmo do tempo e do trabalho que realizamos, parecem não surtir muito efeito na educação para a construção do Reino de Deus.
Observo que a maioria das pessoas que estão presentes são motivadas por desejos egoístas, pouco ou quase nada atentando para as lições do Mestre Jesus que insistimos em divulgar regularmente no serviço de som. As crianças se portam de forma deselegante, correndo e fazendo brincadeiras perversas com os colegas. Os adultos ficam envolvidos com suas conversas banais, ingerindo bebidas alcoólicas, alguns já embriagados... fizemos todo um esforço para comprar ou receber de doação os ingredientes para fazer o jantar gratuito para todos, para conseguir brindes, para cortar um grande bolo para os presentes. E o que ficou de tudo isso? Mais uma festa promovida pela Associação, que ajuda a ampliar o nome da AMA-PM e talvez conquistar mais um ou dois sócios.
Parece que isso ainda é muito pouco para o que pretendemos fazer, uma comunidade cristã autossuficiente, onde todos tenham respeito pelas lições de Jesus e que procurem coloca-las em prática nas suas atividades.
Lembro daquela parábola que o Mestre ensinou, que certo senhor teve que viajar e deixou seus recursos com três empregados; o primeiro duplicou o que recebeu, o segundo quadruplicou, e o terceiro apenas guardou os recursos para entregar da forma que recebeu ao senhor. Este ficou muito zangado com esse último servidor e tirou tudo que ele tinha para dar aqueles que se mostravam mais produtivos.
Parece que estamos no nível desse terceiro servidor. Estamos trabalhando há mais de um ano na seara do Senhor e continuamos sem grandes progressos no campo evangélico. A diretoria da Associação tem um bom conhecimento sobre o Evangelho, mas não conseguem dar um salto de qualidade e deixar que a Associação se liberte desse trabalho mais de cunho assistencialista e construa realmente uma comunidade autônoma e competente na construção do Reino de Deus.
Tenho que colocar essa reflexão em discussão e procurar uma saída para essa necessidade. Sinto que o caminho mais objetivo é procurar usar os recursos arrecadados para promover o trabalho e a independência financeira de quem está dentro da Associação, em primeiro lugar. Quem tenha necessidade desse recurso com esse objetivo, deve se filiar a Associação e assim ser ajudado e ao mesmo tempo ajudar outras pessoas.
A Associação deve financiar máquinas ou condições de trabalho para seus sócios, ao mesmo tempo que eles se comprometem a trabalhar dentro dessa filosofia e ajudar a outras pessoas, tudo dentro dos princípios da ajuda mútua. Um carrinho para a venda de sanduiches, por exemplo, pode ser comprado pela Associação e deixar à disposição de um dos membros necessitado de trabalho. Este com o lucro apurado pode se manter e pagar uma mensalidade que dentro de um futuro próximo lhe dará a posse da máquina, ao mesmo tempo que o recurso que foi arrecadado com suas prestações, adicionado a outros valores que por acaso a Associação tenha feito jus, pode duplicar ou quadruplicar essa ajuda. Dessa forma atingiremos a competência dos funcionários que duplicaram os recursos que o senhor havia deixado com eles.
Nós também temos os nossos recursos que o Pai deixou conosco, portanto devemos ser habilidosos e não os desperdiçar por medo, preguiça ou incompetência.