No livro “Vida de Jesus ditada por ele mesmo” encontrei um trecho que fez sintonia com o meu pensamento, na questão da construção de uma sociedade diferente da atual, baseada nos princípios do Amor Incondicional e na formação da Família Universal. Eis o que diz o texto:
Aprendamos hoje, irmãos meus, a justiça destes ensinamentos e honrai-me com a mesma atenção que prestavam meus discípulos. Avancemos pelo caminho do engrandecimento e deixemos divagar os pobres de espírito, convertendo entretanto a palavra de Deus em nosso alimento espiritual. Deus manda a todos os mundos instrutores, mas a cada mundo lhe estão destinados como instrutores espíritos do mesmo mundo. Os Messias são instrutores avançados, cujos ensinamentos parecem utopias. Minha missão não podia impor uma regra de conduta em um século de ignorância, tendo que limitar-se a fazer nascer ideias de revolução nos espíritos e prepara-los para a renovação do estado social futuro. Meus apóstolos não deviam ser homens de gênio, nem homens do mundo. Era necessário que eu escolhesse entre a gente simples e trabalhadora, para instruí-los e imprimir-lhes uma direção justa, sem ter que obriga-los à renúncia dos gozos do espírito e das comodidades da fortuna. Meus laços de família não me embaraçavam a execução de minhas resoluções, porque desde a infância sentia-me dominado pela ideia de sacrificar tudo em aras desses ideais e porque me impelia o desejo de uma família mais preciosa para o apóstolo do que possa ser a família carnal para o homem.
Minha decisão inabalável de sacrificar a minha vida com o martírio, parecia-me uma ordem à qual devia obedecer sob pena de me ver retirado o título de apóstolo, o patrocínio de Messias e esse prestígio de Salvador e Filho de Deus, com que o Pai havia me agraciado e do qual a humanidade esperava especiais benefícios.
Meus conhecimentos de apóstolo concentravam-se para o porvir, e a miúdo, enquanto falava aos homens do presente, dirigia-me indiretamente aos homens do porvir.
Minha voz tornava-se então profética e meus discursos sofriam a influência da difusão de meus pensamentos quando atingiam as alturas da verdade e que esta verdade tinha que ser levada com a rigidez dos dogmas estabelecidos.
As perguntas que tinham o objetivo de fazer-me cair em contradição, eu respondia de maneira tal como que para desconcertar ao que perguntava, procurando ao mesmo tempo infundir respeito nas multidões com a autoridade do olhar, do gesto e da palavra, sempre resoluta e incisiva.
Existe muita dúvida nesses escritos que dizem ser produzidos por Jesus. Muitos não acreditam que Ele esteja ao nosso lado e dando informações como essa que acabei de transcrever. Mas eu procuro não seguir o caminho da “manada” quando percebo pela coerência que alguma verdade deve existir naquilo que a maioria rejeita. É este meu comportamento com relação a esses escritos. Sigo a fé raciocinada, como os próprios espíritos ensinaram. Então, se um texto é dito ser da autoria de Jesus, e o seu conteúdo está conforme o pensamento de Jesus, conforme eu compreendo, então não tenho porque rejeitar, mesmo que alguém querendo ajudar na nossa evolução tenha assumido o papel de Jesus para dar mais força aquilo que Ele pretendia, as lições do próprio Jesus. Por esse motivo não fico constrangido quando assumo que estou interagindo com o próprio Jesus ao fazer essas considerações.
Sinto-me acolhido pelo Mestre quando Ele me chama de irmão e pede para eu honrá-lo com a atenção, da mesma forma que seus apóstolos fizeram no passado. Fala da sua missão naquele momento, que era de jogar sementes conscienciais para no futuro gerar ideias na mente de quem procurasse entender. Isso foi o que aconteceu comigo, colhi essas sementes e gerei na minha consciência a ideia de um missão própria para mim, de acordo com a vontade de Deus, de promover uma renovação do estado social no futuro, promover a família universal com base no amor incondicional.
Também sinto a inabalável decisão de fazer cumprir essa missão, mesmo com o sacrifício de minha vida, de morar solitário, de não poder ficar perto de quem amo de forma consistente, pela força do exclusivismo que existe do outro lado. Também sinto que se eu não fizer isso, também não mereço o título de Filho de Deus.
Também sei que os conhecimentos que utilizo para defender minhas ideias, somente vão se realizar no porvir, quando a verdade inconteste se materializar na frente de todos, e o comportamento hipócrita for desmascarado no seio da sociedade. De certa forma também estou semeando ideias que a sociedade atual ainda não está pronta para realizar, mas, assim como Jesus, esta é a minha tarefa... também ser um semeador!