Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
19/01/2016 22h21
BOMBA DO AMOR

            A ideia de criar uma bomba do bem que desenvolvi alguns dias atrás, voltou agora na forma de uma carta escrita pela padre Rodrigo Hurtado, diretor de projetos de Evangelização Legionário de Cristo em São Paulo. Diz o seguinte o trecho:

            “...Até agora, o sacerdote foi sempre o encarregado de evangelizar e desenvolver o apostolado da igreja. A partir de agora não deve ser mais assim. É hora dos leigos, dos cristãos profissionais, dos cristãos políticos autênticos, dos cristãos médicos e dos cristãos professores. São eles, cada um dos cristãos quem precisam testemunhar a verdade de Cristo e estender o Reino de Deus no mundo. Se antes os sacerdotes eram importantes para atender aos fiéis e celebrar o culto, hoje são mais importantes ainda, para acordar a consciência dos cristãos. A hora da igreja dos cristãos líderes chegou. A igreja somos todos. Não é justo, nem se justifica, deixar os padres trabalharem sozinhos. Chegou a hora dos cristãos comprometidos. O poder desta visão que estou propondo é enorme. O poder dos cristãos no mundo é como uma bomba atômica. A bomba é poderosa porque a fissão de um núcleo atômico, dispara partículas que impactam outros átomos e criam uma reação em cadeia incontrolável. Imagine se a conversão de um cristão gerasse a conversão de mais dois ou três ou quatro cristãos. E esses outros gerassem por sua vez, a conversão de mais dez ou vinte... e assim sucessivamente. O cristianismo estouraria e seria a maior bênção para o nosso país e para o mundo...”

            Na minha avaliação da bomba do amor, que classifiquei como bomba A, seria escolhido um dia especial para todos os cristãos, onde todos os homens de bem se voltavam para prestar ações de caridade, do bem, em determinado setor geográfico. Poderia de início ser feito numa região pequena bem localizada, mas que seria ampliada cada vez mais no espaço geográfico e no número de pessoas envolvidas.

            Esse efeito do bem funcionaria também como uma bomba do amor influenciando positivamente todos os atingidos, deixaria neles a sua marca como a bomba atômica deixou marcado quem foi atingido.

            A bomba imaginada pelo Padre Rodrigo também é interessante, pois a partir de uma pessoa se produz uma reação em cadeia que pode atingir o mundo todo.

            Agora, muito bem que imaginamos essa forma de transformação do mundo usando a terminologia que o mal emprega em suas ações: uma bomba. Mas como fazer isso acontecer? A bomba atômica desenvolve interesse em todos os países, principalmente aqueles mais desenvolvidos, que podem gastar dinheiro na sua produção e se tornarem capazes de intimidar o mundo, quer seja em ações ofensivas ou defensivas. Mas, como construir a bomba do bem, se as pessoas instaladas no poder ficam mais preocupadas em manter esse poder e assim motivadas a fazer o contrário, a construir a bomba destrutiva? Se até mesmo pessoas religiosas se agrupam para patrocinarem o terror e as guerras muitas vezes utilizando as bombas mortíferas?

            São poucos os verdadeiros cristãos, pessoas de bem, dispostas ao auto sacrifício para colocar em prática uma ideia positiva como essa. Com certeza será necessário muito tempo, muito poder de influência e de convencimento para se partir numa atividade que não promete lucros materiais.

            Tenho como exemplo prático a comunidade da Praia do Meio onde temos uma atuação através da Associação de Moradores e Amigos, que estão sensibilizados para um trabalho evangélico, um trabalho de doação sem quaisquer perspectivas de troca de qualquer natureza, somente na procura de fazer a vontade do Pai e construir um relacionamento compatível com o Reino dos Céus.

            Já estamos com essa atividade comunitária há mais de dois anos. Conseguimos um bom grupo de trabalho nesse nível de servir conforme Cristo ensinou. Mas, não sentimos o efeito de uma bomba, como eu imaginei ou o Padre Rodrigo idealizou. As duas propostas, a de fazer um mutirão do bem, ou de cada pessoa influenciar a outra numa reação em cadeia, não foi ainda viabilizada. Será possível fazer isso? Eu poderia colocar a sugestão de fazer esse mutirão do bem pelo menos em uma rua do bairro. Mobilizar as pessoas que pudessem prestar algum serviço para estar presente nesse dia. Podíamos também sensibilizar o serviço público para estar conosco nesse momento.

            Sim, isso poderia ser feito. Irei colocar essa proposta oportunamente, talvez em substituição a algum evento que já avaliamos ser substituído por outra atividade.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/01/2016 às 22h21