No processo terapêutico sempre considero a questão técnica associada aos impulsos intuitivos. No campo espiritual o fator intuitivo passa a ter uma importância ainda maior. Com a compreensão de colaborar na terapêutica das pessoas que estão mais próximas de mim e que podem ser consideradas dentro da minha família espiritual, apesar de muitos possuírem laços biológicos, vejo que a técnica é meramente subsidiária das intuições. É como se eu tivesse ligado a rota do meu comportamento em busca da meta que eu determinei, que no meu caso é fazer a vontade de Deus conforme Ele colocou na minha consciência. Assim agindo, eu me desloco em direção à meta e não importa quem se incomoda por eu agir assim ou assado, desde que a minha consciência não acuse que eu estou fazendo algo errado. Devo satisfações principalmente a Deus, pois é a Ele que me dirijo e quero me aproximar cada vez mais.
Li um texto há pouco escrito por Frei Anselmo Fracasso sobre “Convivência” que achei interessante dentro desse aspecto da Terapia Familiar que procuro desenvolver. Diz o seguinte:
“Convivência não é apenas sentar-se à mesa para comer e deitar-se na mesma cama para dormir e fazer sexo. Convivência é perseguir o mesmo ideal, viver a mesma vocação, sentir as alegrias e as tristezas do outro como se fossem as próprias alegrias e tristezas. Convivência é amor em plenitude vivido no plano espiritual e afetivo que se completa no físico. Convivência é crescer juntos, santificar-se, aperfeiçoar-se, viver um para o outro num esforço generoso para dar tudo de si em favor da pessoa amada. Convivência é paz, é harmonia, é união, é caminhar para sempre junto na mesma direção.”
Achei interessante porque ele falou da convivência de uma forma que eu não tinha ainda imaginado. Então, conviver com uma pessoa é perseguir o mesmo ideal, viver a mesma vocação, sentir as alegrias e tristezas do outro como se fossem as próprias. Com esses critérios, vejo que não convivi até hoje com ninguém. Talvez no começo dos meus relacionamentos, quando eu ainda dava a prioridade ao casamento. Mas desde que eu vi a falácia que era o casamento e vi a importância que Deus tinha em minha vida e que decidi fazer a vontade dEle na forma que Ele me indicou, de colocar o Amor Incondicional no centro da minha vida, de praticar o amor inclusivo, deixei de conviver com as pessoas, pois nenhuma das que chegou até hoje perto de mim perseguiu esse mesmo ideal, viveu essa mesma vocação.
Sinto que caminho por essa vida sozinho, que se alguém está próximo de mim hoje, amanhã por não pensar como eu deixa de tolerar o que pra elas são intoleráveis... e para mim é o fundamental.
Então a minha família ampliada segue com a minha atenção por todos, mas por outro lado não convivo com ninguém. Sei que distribuo alegria às pessoas que estão ao meu redor, sinto que todas se mostram felizes, mas se eu passo a dizer como é a forma de meu pensamento, logo passam a me olhar com desconfiança, a dizer que eu estou equivocado em pensar que tudo isso que eu penso vem de Deus.
Como eles vão entender que tudo o que possuo pertence a Deus, que meu objetivo na vida é fazer a vontade dEle, que os meus relacionamentos neste mundo material devem sempre cumprir a meta espiritual?