Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
28/02/2016 23h59
MENSAGENS DE DEUS

            Quando reconhecemos a paternidade universal de Deus e decidimos fazer Sua vontade, mesmo não O identificando materialmente como uma pessoa comum, nem tendo a percepção de Sua presença pelos cinco sentidos físicos tradicionais, algo em nós se amplia a tal ponto que um novo canal perceptivo surge, racional e coerente, mesmo que não seja identificável e provado materialmente. Esse novo canal está nos domínios da intuição, mas de forma muito mais ampliada, pois a intuição é fator psicológico que todos possuem, mas na maioria das vezes não é respeitado.

            Pois bem, o trabalho que realizo na Praia do Meio, junto com diversos companheiros, considero que foi uma convocação de Deus, assim como considero que da mesma forma foi chamado cada companheiro que dele se aproximou e se engajou. Então formamos um grupo de trabalho comunitário, mas, principalmente servimos de instrumento para a realização da vontade do Pai, seguindo as lições do Mestre Jesus.

            Existimos como grupo há mais de dois anos e já temos bons trabalhos realizados na comunidade, e temos como base a Escola Olda Marinho, na qual nos reunimos semanalmente às quintas feiras. Tudo ia bem, procurávamos nos desenvolver enquanto Associação, mas de forma acomodada de dentro da Escola, pedindo que as pessoas comparecessem às nossas reuniões. De repente, sem motivos significativos, chegou uma decisão de que os trabalhos comunitários não poderiam mais ser realizados dentro da escola. Fomos a administração central, à Secretaria de Educação, e obtivemos a autorização para o trabalho ser continuado. Isso poderia nos deixar satisfeitos e tudo voltar a ser como antes... mas alguma coisa ficou para refletirmos...

            Por que Deus permitiu que esse transtorno acontecesse? Se o trabalho que realizamos é em Seu nome e quem o realiza não procura obter nenhuma vantagem, quer seja religiosa, política ou financeira? Pelo contrário, quem dele participa tira dinheiro do seu bolso para desenvolver o trabalho. Por que os professores da escola, pessoas esclarecidas pela força de suas profissões, que devem perceber a natureza desse trabalho de essência evangélica, deixou isso acontecer? Por que os moradores da comunidade que são beneficiários efetivos ou potenciais da Associação, que tem os seus filhos ou eles mesmos sob os nossos cuidados deixaram isso acontecer? Só tenho uma explicação, Deus quis chamar nossa atenção para algo. E como foi que Ele fez isso? Tenho uma ideia...

            Deus viu que nosso trabalho estava de certa forma ocioso, dentro de uma escola quando devia estar na ruas. Jesus, o Seu filho mais evoluído, veio para a Terra e não só ensinava ao povo nas igrejas, dentro de escolas ou nas sinagogas. Ele falava com o povo nas ruas, reunia nos montes, ia aonde o povo estava, pessoas carentes e ignorantes, para falar do nosso Pai comum e como chegar a construir o Reino dos Céus. Então, imagino que Deus queira fazer entender essa Sua vontade. Como fazer isso, se nossa consciência estava acomodada naquela escola? Então Ele retirou Sua luz momentaneamente daquela escola e deixou que almas mais distantes do Amor ao próximo se incendiassem pela raiva, por qualquer motivo, o mais mínimo possível, e atingissem com dureza a associação expulsando de suas instalações todo o trabalho a que ali era realizado. Tivemos que fazer a reunião seguinte quase no meio da rua. Mas procuramos nos comportar dentro da compaixão cristã, sem julgar a ninguém, e procurando resolver os problemas sem agressão. Nesse ponto, escrevo aqui com orgulho do comportamento dos meus irmãos que foram diretamente atingidos por essa expulsão, mas conservaram a serenidade de não reagir com vingança e ter a coragem de voltar a outra face. Eu não estava presente a essa reunião na escola, Deus me preservou para que eu fizesse essa reflexão, longe do calor emocional, para que eu pudesse interpretar melhor a Sua vontade. Pois é isso que estou fazendo agora e divulgando para os companheiros e verdadeiros irmãos da nossa grande família espiritual, como Jesus falou: “Quem é meu pai e minha mãe? quem são meus irmãos? São todos aqueles que fazem a vontade do Pai”.

            O Pai quer que façamos reuniões no seio da comunidade, na casa de pessoas sintonizadas com o bem, que respeitam a vontade do Pai, como aconteceu na última reunião. E por reforçar ainda mais esse pensamento, a reflexão que coube ser lida nessa reunião foi inspirada por João em 20:19 que reproduzo abaixo:

 

REUNIÕES CRISTÃS

“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas da casa onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus e pôs-se no meio deles e disse-lhes: Paz seja convosco.” (João, 20:19)

 

            Desde o dia da ressurreição gloriosa do Cristo, a humanidade terrena foi considerada digna das relações com o mundo espiritual.

         Jesus, provou que vencera a morte, vindo ao encontro dos discípulos saudosos.

         Fechadas as portas, para que as vibrações tumultuosas dos adversários gratuitos não perturbassem o coração dos que desejavam o convívio divino, eis que surge o Mestre muito amado, dilatando as esperanças de todos na vida eterna.

Desde essa hora inesquecível, estava instituído o movimento de troca, entre o mundo visível e o invisível, entre o Mestre e seus discípulos, entre Deus e seus filhos.

A família cristã, em suas várias denominações, jamais passaria sem o doce alimento de suas reuniões carinhosas e íntimas, aprendendo sempre como se comportar para ser um digno cidadão do Reino de Deus. Desde então, os discípulos se reuniriam, tanto nos cenáculos de Jerusalém, como nas catacumbas de Roma. E, nos tempos modernos, a essência mais profunda dessas assembleias é sempre a mesma, seja nas igrejas católicas, nos templos protestantes ou nos centros espíritas.

         Agora, o objetivo do cristão é praticar as lições evangélicas no seio das comunidades onde a caridade for mais necessária, onde a ignorância é a grande sombra que envolve o futuro, onde o medo é o algoz inclemente que atinge a todos nas ruas. O discípulo do Cristo é a ferramenta que o Mestre usa para se fazer presente e atender a todos aqueles que clamam com os seus gritos ou os seus silêncios pelo socorro do Pai.

 

Adaptado de Emanuel, “Caminho, Verdade e Vida”

 

            Para mim tudo ficou muito claro. Deus permitiu nossa expulsão para rua e ainda enviou um texto explicando como devíamos nos comportar. “Praticar as lições evangélicas no seio das comunidades, onde a caridade for mais necessária, onde a ignorância é a grande sombra que envolve o futuro, onde o medo é o algoz inclemente que atinge a todos nas ruas”. Não poderia ser mais explícito!

            Vamos agora planejar nossas reuniões nas ruas. Vamos à procura das pessoas mais necessitadas da caridade divina, que vivem atormentadas pelo medo, e mergulhadas na ignorância sobre o Reino de Deus. Nós somos os instrumentos do Cristo para fazer a vontade do Pai. Somos como aquela enxada usada pelo agricultor, que não quer saber se vai afastar lama ou pedras, sabe que vai abrir covas para plantar sementes do amor. Aqui, o agricultor é Jesus, nós somos as enxadas, a comunidade da Praia do Meio é a seara, o Pai é o patrão que espera os frutos para o Seu Reino.

            Agradecemos a todos que estiveram envolvidos nesta vontade de Deus, de forma direta ou indireta, de forma propositiva ou impositiva, de forma serena ou revoltada, de forma consciente ou inconsciente... e roguemos ao Pai que todos possamos caminhar irmanados em Sua direção, pois, afinal, todos somos irmãos!

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 28/02/2016 às 23h59