A segunda aula do curso de extensão universitária abordou o primeiro capítulo do livro de Joanna de Ângelis / Divaldo Franco, com o título “O ser real” e foi desenvolvido o primeiro item, “A complexidade da energia”.
Foi lembrado que os racionalistas e organicistas defendem que a existência do indivíduo corresponde ao pequeno intervalo que tem início na concepção fetal e termina após a anóxia cerebral.
Apesar desse pensamento ainda ser o dominante dentro da academia, nos meios científicos tradicionais, cada vez mais surgem dúvidas quanto a natureza desse ser inteligente. Como acontece as viagens astrais, onde a pessoa refere que se desdobra do seu corpo físico e a sua consciência viaja por locais inesperados? Como acontece os sonhos premonitórios, onde o futuro se apresenta a consciência no presente? Como a pessoa pode recordar de vivências passadas, onde ele refere experiências que se passou há décadas ou séculos, e que podem ser comprovadas? Como pode acontecer materializações a partir do ectoplasma emitido por alguém e dar forma a outra personalidade que antes não estava visível?
Todas essas dúvidas levam o nosso raciocínio a aceitar a proposta do homem formado por mais de uma dimensão energética, onde a mais sólida e a mais conhecida é o corpo físico. As escolas orientais, Ioga e Rosa Cruz, defendem que o ser humano é formado por sete camadas energéticas, sendo a primeira e a mais sutil, onde tudo se origina, denominada de Espírito, e a última também consensualmente conhecida como corpo físico.
Os ensinamentos trazidos pela doutrina dos próprios espíritos, que estão desencarnados e que habitam na dimensão astral, facilitou a compreensão deste estudo, focando a atenção numa estrutura intermediária que faz a ligação do Espírito com o corpo físico e que recebe o nome de Perispírito. Dessa forma fica lançada a proposta do homem trino, Espirito-perispírito-corpo, sendo o corpo deteriorado pela ação de tempo e se decompões de volta à Terra, e o Espirito persiste na evolução da vida, e que pode ser representado pelos diversos formatos de perispíritos que ele construiu em sua jornada, nas diversas vivências experimentadas.
Einstein já dizia que “o homem é como um conjunto eletrônico regido pela consciência”, e os próprios espíritos ensinam que essa consciência é pré-existente ao corpo físico, sobrevive quando este se decompõe na terra, tem várias experiências de vivências em tempos diferentes registradas em sua memória, e tem a responsabilidade de trabalhar os valores morais para a aproximação com a fonte da perfeição.
Assim, podemos dizer que o indivíduo humano possui uma energia inteligente que é o Espírito, este por condensação molecular forma o perispírito como corpo intermediário com o corpo físico, que por sua vez é formado por congelamento de partículas, formando a matéria propriamente dita.
A gênese dessa energia pensante é alvo de estudos de pessoas como Leon Denis, que especula que essa energia é criação direta do próprio Deus, mas sem nenhum dos seus atributos superiores, a não ser uma centelha do amor na forma de semente. Então, essa energia dorme inicialmente no mineral, sonha no vegetal, se agita no animal e acorda no homem.
O homem, de posse da energia pensante em sua consciência, pode agora usar o livre arbítrio e passar a ser um co-criador junto com Deus. Mas ele tem que superar o problema dos instintos primários registrados em sua memória e pensamentos como impulsos, tendências, fixações automáticas e fluxos perturbadores. Deve usar a área da vontade para canalizar com disciplina esses instintos primários para não prejudicar a ninguém nem a si mesmo. Deve transformar as emoções grosseiras em sentimentos nobres.
Essa transformação das energias grosseiras e desalinhadas, que motivam o homem a se comportar de forma errada, é a grande oportunidade que o Espírito tem para corrigir essas forças e colaborar com o próximo de forma fraterna nesse trabalho corretivo e coletivo, como Jesus ensinou.
As energias desordenadas podem se mostrar abundantes, congestionadas, ou represadas, escassas. O indivíduo inconsciente do que é, de onde veio e para onde vai, passa a usar de forma inadequada essas energias e daí a formação de doenças. A vontade tem que ser bem direcionada para que seja corrigida tanto a congestão quanto a inibição das energias, lembrando que essas energias seguem a lei da causa e efeito, onde a correção delas pode ser de forma dolorosa (doenças) ou caridosa (amor). A transformação moral levada a cabo pela vontade, comandada pelo Espírito, converte o instinto primitivo em força produtora de novas energias e não alimenta os distúrbios da congestão e inibição.
Pode ser vista a geração da doença reumatóide como um exemplo. O cérebro congestionado por impulsos de violência, promove uma tensão contínua nos músculos antagonistas daqueles movimentos de violência. Isso deixa os músculos com demasiada elasticidade e as articulações ósseas sofrendo forte atrito. Então, basta a ação do tempo para surgir as artrites, as doenças degenerativas.
A forma de prevenir tais doenças é aprender a conduzir bem as forças primárias, transmutar energias nos núcleos vitais (chackras), e canalizar as energias sob o comando do Espírito, através da mente disciplinada. Assim pode ser atingido o nível de responsabilidade com o futuro, de criatividade para ampliar cada vez mais a influência salutar no entorno e enfim, se aproximar da expressão divina.
Os exercícios constantes levados a cabo pelo Espírito servem para a comunicação com todas as células do organismo, semelhante à identificação que fazemos de um órgão doente no corpo e a preocupação imediata de curá-lo. Tem o propósito de corrigir as energias rarefeita ou condensadas e intervir com amor levando ordens equilibradas e a sublimação onde for possível.
Não deve ser esquecido que a gênese da doença é sempre devido um choque entre a mente e o comportamento, conflito entre o psíquico e o físico, e a Somatização das interferências.
Não deve ser esquecido que a correção dessas energias primárias se deve pelo comando da energia espiritual. Sempre que acontecer uma ocorrência viciosa (como dependência química) ou uma ocorrência moral (como o adultério), deve ser feito um exame circunstanciado dessa ocorrência para alimentar a justiça da consciência. Deve ser feita uma conversação com o departamento energético atingido para despertar o potencial positivo e preencher a finalidade da vida (fluxo evolutivo). Promover uma conversa terna com as imperfeições morais com a finalidade de alterar o curso anômalo das energias, envolver os conjuntos celulares com vibrações de amor e estimular áreas de deficiência de funcionamento. Assim pode se chegar à perturbação enfermiça e voltar a normalidade.
Todavia, caso aconteça a falta da correção dessas energias descontroladas, o indivíduo passa a ter conduta desregrada, pensamentos violentos ou forças descompensadas do instinto. A congestão ou inibição das energias, leva a atos violentos, depressão, obsessão, compulsão e degeneração de tecidos e órgãos, por causa da corrente contínua deletéria.
A conscientização do que somos leva a um conhecimento profundo das possibilidades criativas e realizadoras que trabalham por nosso bem e pelo bem da sociedade em que nos encontramos. Ficamos atraídos pela Luz Divina.
Não podemos esquecer que a Lei da Vida é a força progressista que nos faz avançar, se conseguirmos evitar a procrastinação e a ignorância.
Por este motivo é importante o estudo do autodescobrimento, pois se ficarmos perdidos na ignorância iremos despertar pelo processo da dor, em busca da perfeição. É muito diferente de quem já tem consciência, pois sua evolução em diferente à perfeição é baseado no amor.
Enfim, procuremos ser uma pequena onda no imenso oceano do amor de Deus.