Já tenho uma boa convicção que a minha vida tem a influência divina a qual se manifesta por meio de intuições ou de acontecimentos que aparentemente se interpretam como coincidências, mas que logo mostram um sentido superior.
Hoje é o aniversário da companheira que o Senhor me indicou para me ajudar a compreender o pensamento e ações franciscanas. Ontem ao viajar para o interior onde trabalho semanalmente, e sempre levo algo para ler e assistir no caminho, e como já estava prestes a chegar o transporte que me levaria, tentei encontrar com rapidez algo para assistir, pois não havia programado com antecedência. Então peguei o DVD de “Francisco de Assis” e ao assistir percebia que aquela era uma ação de Deus para que eu colocasse hoje pelo menos uma parte desse DVD para os poucos convidados mais íntimos que viriam comemorar o seu aniversário, pudessem compreender, a partir da vida de São Francisco e de Santa Clara, que o nosso companheirismo não estava alicerçado num objetivo romântico, e sim espiritual.
Recebi da minha companheira a opinião de que isso não seria legal, pois os convidados poderiam ficar abusados em ter que participar de um filme de conteúdo religioso quando teriam vindo em busca de festa e alegria. Não contestei a opinião, apesar de considerar mais importante a edificação do conhecimento de todos sobre o nosso relacionamento à nível espiritual.
A tarde, depois do almoço, senti novamente a manifestação do Pai, que manipulando as ocorrências ao redor mostrava com mais clareza o que Ele queria dizer para mim. Primeiro, me deu o presente que eu procurava desde o dia de ontem no comércio do interior e não encontrava. O Pai desenhou no horizonte do ocaso, com a matéria prima das nuvens, com as cores e luzes mais belas que eu já vi, um quadro espetacular, que parecia simbolizar o rio da vida. Tirei a foto com o celular e irei reproduzir num quadro como o presente ideal.
O outro momento foi durante a noite. Estava preparado a fazer alguns trabalhos quando chegou uma pessoa amiga que se mostrava interessado em jogar baralho, e achei conveniente fazer essa integração numa ação prazerosa, já que o trabalho é uma ação tão constante em minha vida. A programação que sempre temos de terminar o jogo com uma determinada pontuação, foi terminada pela pressão da companheira do nosso amigo de ir embora. Foi justamente no horário que estava passando no canal de TV “Vida Nova” o filme “Clara e Francisco”. Sentei de imediato para assistir a primeira parte que já havia começado. Foi então que percebi com mais clareza todas as “manipulações” que o pai estava fazendo em torno de nós. Este filme eu não teria assistido se esse amigo não tivesse chegado e eu fosse me envolver com o trabalho. Foi a minha companheira que o percebeu inicialmente e me avisou. Percebi então que o Pai estava querendo que nós mesmo revíssemos essa história mais uma vez, era mais importante para nós do que para nossos convidados. Quer o Pai assim mostrar como Francisco e Clara se comportaram na sua época, nas circunstâncias medievais do seu tempo, do propósito e meta que eles fizeram, sempre obedecendo a vontade dEle através das lições do Mestre Jesus. Foi justamente isso que fiz. Procurava analisar com mais detalhes como foram as reações de Francisco à vontade de Deus quando Ele começou a percebê-la e como foi a sua forma de relacionar-se, principalmente com o pai biológico com o qual tinha gerado um forte conflito. Um momento importante do filme ficou gravado com mais nitidez na minha consciência, quando em audiência pública Francisco confessou ao pai que o amava e respeitava, e que reconhecia ter sido um mal filho aos seus olhos, mas se isso acontecia era porque ele reconhecia agora que além de ter um pai biológico, possui também um Pai Divino e que é Pai de todos os pais, criador de todas as coisas. E é esse Pai que lhe pede para ele não ser um soldado, um boêmio, um rico comerciante, uma pessoa da nobreza... O Pai Divino pede para ele ser o último dos homens, para demonstrar que a humildade, a pobreza, a fraternidade até com o leprosos, a capacidade de servir aos miseráveis deserdados do mundo, é a essência do que Ele deseja para Seus filhos. Por isso, pai, dizia Francisco, eu abdico de tudo que é material, do seu nome, das suas roupas... e fazendo das suas palavras um ato, se despe em praça pública, sendo coberto rapidamente com uma capa pelo Bispo que presidia a audiência.
Agora estou mais satisfeito, pois vejo que o Pai atingiu o Seu objetivo em fazermos assistir esse filme onde Ele quer que nós sigamos o exemplo de fé e energia que Francisco demonstrou em sua missão para que nós tenhamos assim a mesma motivação de cumprirmos a missão que hoje Ele coloca em nossos ombros, em mostrar a humanidade que o Amor Incondicional pode ser aplicado em qualquer relacionamento, até o mais íntimo que envolve o homem e a mulher na sua vida sexual, construindo uma sociedade baseada na família universal, onde o amor a todos inclui e a ninguém exclui. Que todos podem ser filhos e pais de ninguém necessite, que todos se considerem como irmãos que na realidade espiritual nós somos.