Desenvolvia até certo tempo uma ideia que Deus havia me dado uma missão especial, e isso me tornava especial frente aos meus irmãos. É como se eu tivesse me colocado nesse mundo com uma missão especial, mesmo que demorando um pouco para percebê-la, enquanto a maioria dos meus irmãos simplesmente vegetavam como animais em busca da sobrevivência e da perpetuação dos seus gens. Felizmente, com a maturidade que o tempo traz, estou percebendo com mais clareza que eu não sou um privilegiado por tentar cumprir uma missão determinada por Deus. O que talvez me diferencie, e isso não é privilégio nenhum, é que tenho a consciência de tentar fazer essa vontade divina, de cumprir o meu ministério, enquanto a maioria das pessoas, mesmo cumprindo até melhor do que eu essa vontade do Pai, não pensam que isso esteja acontecendo desse modo. Outros estão no caminho totalmente desviado, apesar de internamente ter boas intenções, mas que terminou sendo cooptado por ideias destoantes do plano divino.
Este é o exemplo de Paulo de Tarso, que perseguia violentamente os cristãos, insciente da tarefa que viria a ter dentro do próprio movimento cristão que ele perseguia.
Podemos concluir que além da ignorância, há desatenção e muito capricho pernicioso na mente das pessoas. Paulo recebeu um apelo direto, na frase que fez ele refletir nos seus atos: “Paulo, por que me persegues”. Claro que a forma que ele ouviu essa pergunta, vinha revestida de uma autoridade moral que ele intuitivamente percebeu e respeitou. Não tinha a inocência de um Estêvão, que tão bem defendeu o cristianismo, com seus argumentos lógicos e divinos, mas terminou sendo morto por apedrejamento, dirigido pelo próprio Paulo.
Hoje é pensamento majoritário entre os grupos que estudam a universalidade espiritual que todos os homens, por mais brutos ou simples que sejam, também tem um ministério determinado por Deus, mesmo que seja dentro do próprio círculo familiar ou envolvendo a recuperação de si próprio.
Agora, todos os homens menos rudes tem a sua convocação pessoal ao serviço do Cristo, que pode ser através do próprio Cristo, como aconteceu com Paulo, ou intuído lentamente pelo Espírito Santo como acredito que aconteceu comigo.
Quando a pessoa tem um alto potencial e está dentro de um grande desvio, como acontecia com Paulo, o próprio Cristo, da Sua esfera de claridade imortal, pode chamar essa pessoa que tateia nas trevas das experiências humanas. E porque essa pessoa tem dentro de si o potencial de refletir sobre o seu erro e procurar o caminho de volta, com humildade, como aconteceu com Paulo: “Senhor, que queres que eu faça?”
Outro aspecto que devo reconhecer quanto os “Ministérios Divinos”, ´é que eles são dependentes dos relacionamentos que são criados a cada momento na nossa experiência cotidiana. Podemos ver no exemplo de Paulo a importância que teve Estêvão ao falar com tanta clareza para o Doutor das leis, a importância de Jesus para o mundo. Também verifico na minha experiência que a contribuição de Graça, a técnica de enfermagem que provocou os meus desejos carnais e fez ativar toda a coerência da Lei do Amor que já existia em semente dentro de mim, para que eu transformasse a característica romântica e de amor exclusivo do meu casamento, numa relação de amor incondicional capaz de suportar a inclusão de qualquer pessoa que se aproximasse e obedecesse também esses critérios, tanto por meu intermédio quanto pelo intermédio da minha esposa/companheira.
Assim, fico a observar que a contribuição das pessoas que se aproximam de nós pela permissão de Deus, e que essa aproximação também façam parte dos “ministérios divinos” de cada uma delas, vem a confirmar outra lei, universal e subsidiária, associada à Lei do Amor, que é Lei de Cooperação.
Observemos que o próprio Jesus, Mestre que veio nos ensinar sobre a Lei do Amor, também uso a Lei da Cooperação, procurou a companhia de doze auxiliares, a fim de empreender a renovação do mundo.
Afinal, sem cooperação, não poderia existir o Amor, e o Amor é a força de Deus que equilibra o Universo.
Agradeço a todas as pessoas que passaram por meu caminho, principalmente as mulheres, e também por aquelas que ainda irão passar, pois todas contribuem para o cumprimento de nossos ministérios, de acordo com nossas intenções e qualidade do Amor existente em nossos corações.
Uma advertência proposta pelo espírito Emanuel, não pode deixar de ser feita aqui: “cada discípulo do Evangelho deve entender o quanto lhe compete trabalhar e sofrer, por tentar colocar em prática às lições do Mestre Jesus, sempre com a intuição do Espírito Santo de Deus.”