Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
02/05/2016 23h59
UM TESTE DE DEUS?

            Cada vez mais me conscientizo que estou tentando fazer a vontade de Deus, apesar de reconhecer as minhas inúmeras dificuldades que retardam ou impedem o que é preciso fazer. Sei que estou no caminho coreto, apesar de criticado por tanta gente, e isso parece ser uma incoerência, pois dizem que a voz do povo é a voz de Deus.

            Essa máxima popular merece um estudo a parte, pois seria a vontade de Deus o povo ter votado para soltar Barrabás e crucificar Jesus? Seria a vontade de Deus o comportamento nefasto dos sacerdotes do templo para incriminar um inocente?

            Por outro lado, tudo que acontece no mundo tem a permissão de Deus, até os atos mais criminosos. Cada qual é quem deve verificar o que é certo e errado e evitar entrar por caminhos errados. Jesus estava fazendo a sua missão, estava no caminho certo. Barrabás e os sacerdotes entraram em caminhos equivocados, foram de encontro à lei do Amor, e por isso tem que pagar o preço. Barrabás já estava encaminhado para pagar a sua dívida aqui mesmo entre os homens. Os sacerdotes fogem do castigo com uso de artifícios falsos, mentirosos, fogem da lei dos homens, mas não conseguem escapar da lei do Amor.

            Cada um que esteja sintonizado com o Criador, passa a receber intuitivamente as suas instruções nos momentos mais difíceis, ou então é testado naquilo que pretende seguir.

            Foi isso que aconteceu comigo quando estava na rodoviária de Caicó, esperando o transporte para voltar para Natal. Estava lendo justamente o livro de Joana de Angelis que adotei para fazer o curso de psicologia do autodescobrimento na Cruzada dos Militares Espíritas. De repente fica perto de mim um senhor, aparentemente embriagado e que fica a olhar o livro que eu estava lendo. Não me incomodei, e continuei com minha leitura. Ele achou pouco por estar visivelmente interagindo comigo na leitura do livro, mesmo que eu não dissesse nada, e passou a apontar diretamente as linhas de leituras do livro, impedindo a minha visão. Fiz um gesto de aborrecimento e afastei o livro do alcance dos seus dedos. Ele disse apenas que gostava de ler. Eu não respondi nada, retirei um texto religioso que tinha dentro do livro e dei para ele sem dizer nada. Ele se afastou um pouco, ficou olhando para o texto que eu lhe dei, não sei se estava lendo.

            Voltei a minha leitura e prestei atenção ao conteúdo do que eu estava lendo, justamente nesse momento:

            “... O indivíduo tranquilo, porque portador de confiança em si mesmo, não se atormenta quando enfrenta situações novas e desafiadoras, agindo com serenidade, sem a preocupação exagerada de parecer bem, de fazer-se detestado, de eliminar o outro ou de sobrepor-se a ele... É natural e espontâneo, aberto aos relacionamentos interpessoais, respeitador das ideias e condutas do outro, embora não abdicando das suas próprias nem as mascarando para agradar, ou exibindo-as para impô-las...”

            Eis minha leitura. Vejo isso muito claro como um teste que Deus colocou para ver se eu, que vou dar aula sobre esse tema, estou pronto para aplicar seu conteúdo no meu comportamento. Acredito que eu não tenha sido muito falho no meu contato interpessoal com esse estranho, com uma situação nova. Acredito que eu não poderia ser mais fraterno, pois havia identificado uma possível embriagues nesse próximo. Se isso fosse verdade, o meu gesto fraterno não iria trazer nenhum benefício para ele e talvez fosse prejudicar ainda mais o meu esforço para aprender como dar uma boa aula no dia designado. O ponto falho é que eu não confirmei com uma tentativa de interação mais direta, se ele estava de fato embriagado como eu estava pensando. Talvez nesse ponto eu tenha sido falho mesmo, pois se ele não estava tão embriagado como eu pensava, poderia ter colaborado com ele de alguma forma, e talvez ele tivesse me ensinado algo que o Pai tinha mandado ele dizer... quem sabe?

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/05/2016 às 23h59