Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
13/05/2016 23h59
AUTODESCOBRIMENTO (9) – INCURSÃO NA CONSCIÊNCIA

            A origem da vida começou no psiquismo de Deus. A ciência diz que tudo começou no Big-Bang, o grande estouro que deu início a formação do Universo. Não consegue explicar de onde surgiu essa energia concentrada, qual a sua natureza e porque até hoje continua se expandindo. Resolvo essa questão quando coloco a origem desse Big-Bang assim como de tudo que existe, na força onipotente e onisciente de Deus, o meu Pai transcendental. Dessa forma a energia construtiva do Pai vai formando e aglutinando a matéria e estabelecendo a ordem, daí surgindo a realidade do Ser Pensante, da humanidade.

            A consciência que vai se formando desde o início embrionário, no seio mineral, para o vegetal, para o animal, vai acumulando informações atávicas devido a passagem por esses diversos reinos, até atingir a lucidez e o discernimento. É forçoso o surgimento de conflitos e distúrbios psíquicos devido a complexidade dos valores que se formam frende as diversas experiências, que sempre são diferentes de um indivíduo para o outro.

            Para que não entremos em desvios que nos afastem de nossa rota evolutiva em direção ao Pai, é necessária a aquisição de conhecimentos para que venhamos a saber dos impulsos orgânicos que tendem a levar a pessoa para a satisfação dos instintos, o imediatismo do prazer e a comodidade. A pessoa deve compreender que deve se libertar dos processos carnais da sua condição animal, eliminando as paixões primitivas, a atração pelo mundo exterior e assim, as distonias emocionais.

            Para conseguir isso a pessoa deve ter o empenho da vontade, de olhar para dentro de si, de identificar o que tem de fazer, e quando e como realizar. Ver o exemplo do tabagista, que enquanto não decidir parar de fumar e empenhar toda força na vontade de realizar isso, não conseguirá esse intento.

            A intenção deve ser assim, lúcida no pensar, no agir e no sentir. Somente assim a pessoa pode refletir, mergulhar em si, promover a interiorização, harmonia, plenitude e assim conseguir a vivência real.

            Caso a mente não seja adestrada para assumir essa parcela de responsabilidade vamos observar a hesitação, o retraimento, o seguimento da lei do menor esforço, o relaxamento dos deveres e a manutenção da ignorância.

            O mundo objetivo de cada um permite o conhecimento intelectual, as experiências vivas das realizações, o esforço de interiorização, a identificação com os objetivos essenciais, e enfim, a harmonização com o contexto e o entorno, mesmo que existam problemas e conflitos originados do atavismo que geralmente impacta no próximo.

            Ao atingir a consciência plena do seu desiderato, o homem passa a promover uma luta inteligente para adquirir conhecimentos. Observa qual seja a meta máxima da sua existência e tem clareza qual a finalidade da sua vida na Terra. Tudo isso está próximo das lições do Mestre e que Mateus registrou em 6:22-23: “A candeia do corpo são os olhos, de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas.”

            Com esse paralelo dos olhos constituírem ferramenta indispensável para se perceber a essencialidade da vida, temos que nos desligar dos desejos transitórios do mundo e mergulhar em busca da luz interior. Devo transformar tudo ao meu redor em claridade, extirpar as trevas da ignorância e ser capaz de alcançar o reino interno da luz.

            A mente deve estar lúcida para que possa descer ao abismo da individualidade, iluminar os registros sombrios das experiências passadas, e corrigir as marcas psicológicas profundas que foram geradas na luta intermitente das diversas vivências. O Dalai Lama já dizia que “uma mente lúcida e um bom coração, acompanhados por sentimentos afetivos, são as coisas mais importantes. Se a mente não se dirige aos pensamentos positivos e elevados, nunca poderemos encontrar a felicidade.”

            As vivências perniciosas que sofremos no nosso caminho evolutivo, geram insatisfações, angústias e fixações perturbadoras na forma de irritabilidade, mal estar consigo mesmo, desinteresse pela vida, ideias autodestrutivas, uma expressão doentia e todo um elenco de doenças psicossomáticas.

            As terapias são necessárias, qualquer uma delas que seja capaz de atingir as raízes do conflito e extirpá-los com a conscientização, liberando assim os núcleos que foram lesados e restaurando a harmonia vibratória. Devemos entender que o padrão vibratório elevado que a pessoa possui é capaz de absorver a energia positiva do meio, enquanto rechaça a energia negativa. O contrário se observa a quem possui energia vibratória baixa, absorve a energia negativa do meio e não consegue absorver a energia positiva.

            Por outro lado, a luta para a elevação de nosso padrão vibratório, que implica na adoção de novos hábitos, de imediato vai levar a uma sensação de necessidade, como se a pessoa tivesse se abstendo de uma droga perigosa, sentindo cansaço, desânimo e sentindo tudo isso como uma experiência ruim. Mas se a pessoa persiste, a médio e longo prazo, os bons hábitos começam a prevalecer e se atinge uma leveza na mente, rapidez de raciocínio, lucidez espiritual e o bem estar consigo, com tudo e com todos.

            A medida que as etapas desse aprendizado vão sendo vencidas, os conflitos vão sendo liberados, se consegue a aquisição de alegria, a vida se torna ideal, a morte deixa de ser um problema, e com a meditação a pessoa pode sentir que é o mesmo, dentro e fora do corpo.

            A interiorização da luz traz esse benefício de ser feito cada vez mais o contato consigo mesmo, sem perder o contato com o mundo exterior, físico e social. Conseguir o equilíbrio com os valores legítimos da existência, alcançando o mundo real, transpessoal, onde é a origem de tudo.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 13/05/2016 às 23h59